Pr. João Soares da Fonseca
Será que o rebaixamento de um clube de futebol para a Série B só acontece com time pequeno? Sempre que um dos chamados “times grandes” se aproxima perigosamente da zona de rebaixamento, aparece alguém para filosofar: “Time grande não cai”. Será verdadeira a máxima? A história recente do futebol parece desmentir esse arrazoado. Caíram times experientes como o Fluminense (1996, 1997 e 1999 [foi para a Terceira Divisão]), o Botafogo (2002 e 2014), o Grêmio (1991 e 2004), o Atlético Mineiro (2005), o Corinthians (2007), o Palmeiras (2002 e 2012) e o Vasco (2008, 2013 e 2015).
Dias atrás, outro gigante do esporte bretão desceu a rampa humilhante da Segunda Divisão. O Internacional, de Porto Alegre, também foi rebaixado, ao lado do Figueirense, Santa Cruz e América Mineiro. É cena comum ver os torcedores chorando como se tivessem perdido um parente. Em entrevista, o jogador Alex admitia: “Estamos com vergonha. O clube mais vitorioso do século, um clube que viveu muitas glórias… Mostrou que só a camisa não vence” (Veja.com em 11/12/16).
A dura lição do futebol de que não existe time “incaível” tem o seu paralelo no cotidiano da carreira cristã. Paulo, instruído pelo Espírito Santo, alertou os crentes de Corinto com estas palavras: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia” (1Coríntios 10.12). Infelizmente a possibilidade de queda está sempre diante de nós. O coração mais piedoso, o evangelista mais arrojado, o crente mais fervoroso e o discípulo mais dedicado estão sujeitos a pisar em falso e ter um escorregão na vida cristã. Como escreveu George Bernanos em Diário de Um Pároco de Aldeia, “o melhor cão pode ficar danado”.
Você já observou que os que morrem afogados são geralmente os que nadavam muito bem? São vítimas do excesso de confiança! Como Pedro, estão prontos a bradar a sua bravata: “Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!” (Marcos 14.29, NVI). Mas… abandonou!