Pr. João Soares da Fonseca
Se as árvores falassem, as da floresta do Equador contariam, certamente chorando, uma história trágica, ocorrida num domingo, dia 08 de janeiro de 1956 às 15h12.
Cinco jovens norte-americanos, com idade entre 27 e 32 anos, sonhavam em levar a transformadora mensagem do evangelho de Cristo a uma tribo extremamente selvagem no Equador: os índios aucas, ou waranis. Mas naquele domingo, o sonho acabou para Jim Elliot, Nate Saint, Roger Youderian, Ed McCully, e Pete Fleming, covardemente assassinados junto ao rio Curaray pelos mesmos indígenas a quem tentavam evangelizar. Jack Shalanko, que ajudou a enterrar os corpos, escreveria mais tarde: “Os corpos estavam desfigurados quase ao ponto de não serem reconhecidos. Alguns ainda tinham as lanças cravadas neles”. O relógio de um deles (Nate Saint) parou às 15:12.
Os índios eram conhecidos como aucas, uma palavra quíchua para “selvagem”. A tribo tinha o maior índice de violência na face da terra: 60%. Eles costumavam matar estrangeiros, o seu próprio povo e bebês. Uma pessoa morta não era enterrada sozinha, mas um filho vivo era enterrado junto.
Dando um perfeito exemplo de que o perdão é possível, quatro das jovens viúvas resolveram permanecer no campo missionário e continuar a obra. Uma delas, Elisabeth Elliot, e sua filha Valerie, além da irmã de Nate Saint, Rachel Saint, foram viver entre os aucas, tendo traduzido a Bíblia para o idioma deles, realizando assim o sonho dos missionários.
Ouvindo falar de Cristo e vendo o perdão a eles demonstrado, os aucas mudaram de vida e de nome: de aucas para waranis (“o povo”). A taxa de assassinatos caiu drasticamente: 90%. Vidas e hábitos foram transformados. A guerra deu lugar à paz. Cumpriu-se o que Isaías profetizara: “Eles transformarão as suas espadas em arados e as suas lanças, em foices. Nunca mais as nações farão guerra, nem se prepararão para batalhas” (Isaías 2.4, NTLH). É o que Jesus faz até hoje.