Pr. João Soares da Fonseca
No Quênia, na África, durante uma reunião de oração, os irmãos que oraram usaram uma terminologia colorida, própria de sua cultura.
Um orava assim: “Senhor, ajuda-me a ter medo do pecado, do mesmo modo que tenho medo de uma serpente. Como procuramos um pedaço de pau a fim de esmagá-la, como procuramos uma pedra para matá-la, assim permite que eu use Tua Palavra, quando o tentador se aproximar de mim”.
Outro irmão dizia: “Vê, Senhor, eu sou como um facão enferrujado, que não consegue mais cortar o mato, porque a ferrugem destruiu-lhe o corte. Pedras duras o tornaram cego. Trago-Te o meu facão pois Tu és o grande Ferreiro! Mete-o na forja e sobre a bigorna! Torna-me um instrumento útil!”.
Outro emendava: “Senhor, eu sou como a lenha molhada. Uma fumaça desagradável sobe de minha vida, em vez de labareda brilhante. Não proporciono aos que me rodeiam calor para cozinharem, nem luz para enxergarem. Eu Te peço, faze-me como queres que eu seja!”.
Quando chegou a sua vez, uma irmã abriu o coração: “Ó Deus, há anos que eu mostro um rosto cristão. Mas Tu, que vês o fundo do coração, sabes que eu sou uma panela rachada, e por causa dessa rachadura, vaza depressa tudo que me dás. Sempre volto a ficar vazia. Ó Deus, quererás consertar essa rachadura? Oh, não, uma panela partida não pode mais ser consertada! Faze de mim uma nova panela, que tenha passado pelo Teu fogo, antes de prestar serviço!” (P. Wiegrãbe, in:http://portalfabio.blogspot.com.br/…/oracao-de-africano.html – em 19-12-2016).
Diferentemente desses irmãos foi a postura do fariseu, na parábola narrada por Jesus. Ele foi ao templo “orar”, mas sua oração foi, na verdade, um discurso elogiando sua pretensa bondade (Lucas 18.9-14). Fica claro que a oração do arrogante não tem força para subir ao céu. Pode até fazer boa figura, impressionar as pessoas, mas não sensibilizará o coração de Deus, que só se abre para o contrito e arrependido.