Pr. João Soares da Fonseca
Em seu livro, Uma Epopeia de Fé – A História dos Batistas Letos no Brasil, o pastor Osvaldo Ronis transcreve parte de um artigo escrito em 31-03-1930 por um pastor leto, Arvids Eichmann. Chegados da Letônia em 1922, os letos foram para o interior de São Paulo e fundaram, perto de Tupã, a Colônia Varpa. Eles trabalhavam no campo a semana toda. Mas o domingo era inteiramente dedicado a Deus, ao culto, à leitura da Bíblia e à evangelização. Rodeados de imigrantes de outras nacionalidades, os letos de Varpa fizeram dos vizinhos o seu primeiro campo missionário. No artigo, o pastor Eichmann se perguntava se todo o esforço missionário valia a pena. Diz ele:
“Regressando dos povoados vizinhos de russos, alemães e brasileiros, cansado, sentei-me no tronco de uma árvore caída à beira da picada na mata virgem, e mergulhei nos meus próprios pensamentos. Naquele domingo havia visitado quatro diferentes lugares de trabalho. Reunindo todas as impressões recebidas, surgiu em mim a seguinte indagação: Todo esse esforço terá algum valor? Terá algum resultado? Bem vivas se me apresentavam diante dos olhos a minha insuficiência e a minha incompetência no trabalho”. Em seguida, tirou da pasta um NT alemão e leu as palavras de Paulo: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Coríntios 4.17,18).
E narra: “Naquele momento, eu, pela fé, (…) entendi que o resultado final da obra do Reino de Deus não depende do que é visível, mas da operação invisível de Deus por meio de Jesus Cristo. E o meu coração se encheu de uma profunda paz. Compreendi que o meu dever é tão-somente fazer a vontade do meu Senhor (…). O resultado final está nas mãos de Cristo, e será bom” (RONIS, 1973, p. 330).