Pr. João Soares da Fonseca
Lúcio Flávio (1944-1975), famoso bandido na década de 70, disse a Mariel Mariscot: “Você é polícia; eu sou bandido. É como azeite e álcool, não se misturam” (O Globo, 07-02-1975, p. 7). A vida, porém, nos mostra que essa essa divisão não é tão rigorosa assim. Infelizmente, vemos bandidos que trajam o uniforme da polícia e alguns policiais que agem como se bandidos fossem.
Ezequiel se fez porta-voz de Deus para denunciar a mistura que alguns judeus estavam fazendo entre o bem e o mal, entre o certo e o errado: “Os seus sacerdotes [os de Judá]… não fazem diferença entre o santo e o profano, nem ensinam a discernir entre o impuro e o puro” (Ezequiel 22.26).
Paulo estabelece a mesma separação entre lados ontologicamente antagônicos. Argumentando em favor da separação de corpos, meios e fins, pergunta o Apóstolo: “…pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão há entre luz e trevas? 15 Que harmonia existe entre Cristo e Belial?* Que parceria tem o crente com o incrédulo? 16 E que acordo tem o santuário de Deus com ídolos? Pois somos santuário do Deus vivo…” (2Coríntios 6.14-16).
Será que um discurso que fale inequivocamente de separação seja defensável ainda hoje? O mesmo Deus que nos manda amar o inimigo (Mt 5.44), também nos manda manter distância do pecado: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados” (Ap 18.4). Desde o Gênesis, aprendemos que Deus não mistura as coisas: “…e fez Deus separação entre a luz e as trevas” (Gênesis 1.4). E no Juízo Final, a separação será definitiva: “Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real. 32 Todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. 33 Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda” (Mateus 25.31-33, NTLH).