Pr. João Soares da Fonseca

Áudio Pastoral

Há um filme chinês chamado “Lanternas vermelhas”. Chegou até a ser indicado para o Oscar como melhor filme estrangeiro. É a deprimente história de um homem chinês casado com três mulheres. São tantos os conflitos dentro de casa que duas de suas mulheres acabam ficando loucas. O filme deixa muito claro que a afetividade entre um homem e várias mulheres não é normal, e acaba sendo danosa para todos os envolvidos. A gente aqui no Ocidente já desconfiava disso, mas se essa perspectiva é fornecida por alguém que viu a poligamia de perto, então merece mais crédito.
Depois que Deus fez Adão, fez também uma Eva para ele. O ideal de Deus é óbvio: a monogamia – uma pessoa para uma pessoa, ou, para ser mais claro, uma mulher para um homem e vice-versa. Mais tarde, o pecado produziu outras relações, como por exemplo, a poligamia. O hoje famoso Código de Hamurábi, do século 18 a.C., na Mesopotâmia, permitia que um homem tivesse duas mulheres, prática que depois acabou incorporada ao código mosaico (Dt 21.15).
Embora o Antigo Testamento registre casos de poligamia, o ensino geral das Escrituras desestimula essa prática e recomenda a monogamia. Um dos exemplos mais claros de como a poligamia é problemática é o de Ana (1Sm 1). Embora seu nome signifique “graça” nas línguas do ramo semita, a vida de Ana era triste. Ana vivia bastante sem graça. Por quê?
Ana, com seu marido Elcana, um levita descendente de Coate (1Cr 6.22-28 e 33-38), morava em Ramataim, cidade que nos tempos do Novo Testamento se chamará Arimateia. Ana e Elcana viveram no século XI a.C. Os problemas domésticos que o casal enfrentava mostram que, embora permitida, a poligamia, ou, no caso, a bigamia, não se praticava sem estranhamentos. Toda vez que nos distanciamos do padrão de Deus para nossas vidas e famílias, abrimos caminho para a infelicidade, a tristeza, a depressão… Protejamos a família, tal como o Senhor a concebeu.

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