Pr. João Soares da Fonseca
Uma das mais consoladoras verdades a respeito de Deus é que ele ama. Na maioria das religiões antigas, os deuses eram temidos por causa do ódio e da vingança que mostravam possuir. Autoritários, amedrontavam e afugentavam as pessoas. Mas o Deus que emerge das páginas da Bíblia é um Deus que ama. Como diz 1João 4.7: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”. Todos os atos de Deus têm a marca do seu amor, mesmo aqueles em que tal amor às vezes pareça ausente.
Sabemos que as circunstâncias têm o poder de alterar relacionamentos. Às vezes, para pior. Tiago diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1.17). O amor de Deus não é como o nosso clima, que oscila de modo surpreendente, que de manhã faz frio, ao meio-dia faz calor e de noite faz chover.
As mudanças fazem inegável parte da nossa vida neste mundo. Modas e modismos mudam, a gangorra dos governos sobe e desce em ritmo inevitável, as políticas passam, as moedas se sucedem, e técnicas e tecnologias se trocam constantemente. O que hoje é manchete, amanhã é museu. O que hoje é luxo, amanhã é lixo. O que hoje se exalta, amanhã se execra. O que hoje se defende, amanhã se destrói. O que hoje parece absoluto, amanhã pode ser obsoleto. Só uma coisa não muda: o amor de Deus por você e por mim, pois diz a Bíblia que o de Deus é um amor inalterável.
Conta-se que certo agricultor cristão instalou um cata-vento no alto de um celeiro, com a seguinte inscrição: “Deus é amor”. Um dia, passando por ali um viajante e lendo a inscrição, comentou com o fazendeiro em tom de deboche:
— O senhor quer dizer que o seu Deus muda tanto quanto o vento?
Tranquilo e cheio de convicção, o fazendeiro respondeu:
— Não, senhor. O que quero dizer é que não importa de onde o vento sopre, Deus é amor.