Pr. João Soares da Fonseca
“Boa noite, durma bem”. Você já disse e ouviu isso muitas vezes em sua vida. Acontece, no entanto, que nem sempre é fácil conciliar o sono, apesar de todos os desejos nesse sentido.
“O Instituto Brasileiro do Sono registra que mais de 51 milhões de brasileiros acima dos 18 anos têm dificuldades para dormir e, pelo menos, 1,5 milhão só dorme com auxílio de medicação” (http://revistagalileu.globo.com). Produtos como Rivotril, Lexotan, Valim ou Diazepam estão entre os mais solicitados nas farmácias de nosso País. São medicamentos conhecidos como benzodiazepínicos, porque combatem a ansiedade, acalmam as pessoas, ajudando-as, com isso, a vencer o tédio da insônia.
Davi não precisava de remédio para dormir. Ansiolítico não era com ele, pois confessou no Salmo 3: “Eu me deito, durmo e acordo, pois o SENHOR me sustenta” (Sl 3.5). E olha que não lhe faltavam razões para perder o sono! O salmo 3, que é um salmo de lamentação, foi escrito por ele “quando fugia de seu filho Absalão”, diz o próprio subtítulo do salmo. É referência à história que se registra em 2Samuel 15, quando o rei Davi foi desrespeitado e desafiado por seu próprio filho. Ora, pessoalmente Davi era um guerreiro experiente. Sendo o rei, poderia com facilidade sufocar a revolta capitaneada pelo filho rebelde. Mas, para evitar uma guerra civil, optou por uma retirada estratégica.
Por que tomou essa decisão? Porque com a sua voz clamou ao Senhor (v. 4), que ele considerava seu escudo (v. 3), certo de que o Senhor tem poder para desbaratar o inimigo (v. 7). Por isso, não tinha medo (v. 6) e podia até dormir sossegado.
Não é pecado tomar remédio. Pelo contrário, temos que louvar a Deus por ter dado aos seres humanos a capacidade de descobrir remédio para tantos males. Nenhum remédio, porém, tem tanta eficácia como colocar no Senhor a confiança. Davi fez isso, e o Deus vencedor de todas as batalhas, lhe deu a vitória.