Pr. João Soares da Fonseca
A cena é comum nas famílias com crianças pequenas. A criança se machuca, e vai chorando imediatamente para os braços da mãe. O que ela faz? Dá um beijo; e não é que fica tudo bem?
Infelizmente, ao crescer, descobrimos que beijo de mãe não cura todas as nossas mágoas. Pela vida fora conviveremos com decepções, dores, problemas e preocupações. Nem todos os nossos sonhos se realizarão, e nem sempre a justiça estará do nosso lado. A dor que isso provoca faz com que desejemos voltar para um tempo em que um simples beijo endireitava tudo em nosso mundo.
Ao enfrentar perseguição e a oposição do próprio filho, Davi clamava ao Senhor. Ele suplicava, no Salmo 4, que Deus ouvisse sua oração e lhe desse alívio da sua angústia. Ele estava cercado por pessoas que esposavam uma teologia doentia, a que criava um deus que agiria exatamente como eles queriam. Um deus que castigava seus inimigos, que fazia prosperar quem sabia orar direito, ou seja, um deus que beijava seus filhos, e tudo se resolveria como num passe de mágica.
Davi, porém, descobre algo mais profundo e mais rico para sua vida. Mesmo vivendo injustiçado, mesmo que seu mundo desmorone e tudo não vá bem, ele tem alegria. Mais alegria do que nos dias quando recebia o salário em dia e tinha um bom emprego. A presença de Deus colocou uma alegria inexplicável em sua vida. Daí a sua fala: “Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho” (Salmo 4.7). Os problemas não foram resolvidos, mas Davi conseguiu dormir em paz, com um sorriso em seus lábios. Da mesma forma, muitos mártires cantavam no calabouço, triunfavam na fogueira e se regozijavam em sua tribulação.
Você está insatisfeito com sua vida? Está vivendo derrota após derrota? Tudo vai mal? Está cansado? A graça de Deus é suficiente para colocar mais alegria no seu coração nestes dias difíceis do que no dia mais “alegre” da sua vida.