Pr. João Soares da Fonseca
Li a história verdadeira de um garotinho americano chamado Brian. Ele tinha quatro irmãs. Só ele de homem. Seu maior alvo na vida era de uma maldade só: um dia, fazer as quatro chorarem ao mesmo tempo. E esse dia chegou, quando seus pais colocaram os cinco no banco de trás e foram visitar a vovó. Nessa época, ainda não se proibia a superlotação. No carro, Brian começou a perturbar as irmãs: puxou o cabelo de uma, beliscou a outra, bateu na terceira, ameaçou a quarta… e no final, todas estavam chorando. Não é que ele havia conseguido?
Ao ouvir o choro de todas elas, sabendo a causa, o pai parou o carro e ordenou: “Brian, desça do carro”. “Descer? Como assim?” “Você me entendeu: desça”.
Contrariado, o menino abriu a porta e desceu. O pai disse: “Agora feche a porta”. Ele bateu a porta, e o pai foi embora pela estrada fora, deixando o menino chorando lá longe.
Dentro do carro, as meninas começaram a chorar, mas agora por outro motivo: ficaram com pena do irmão, com medo que algo lhe acontecesse. Então, chorando, pediram ao pai que retornasse e pegasse Brian. O pai nem discutiu: manobrou no meio da pista e voltou para pegar o menino.
Brian Bill, hoje pastor batista no Estado de Illinois (EUA), contou esta história num sermão em 2013 e disse que as quatro irmãs correram a abraçá-lo entre lágrimas.
Na família da fé, somos todos irmãos. E às vezes, não poucas, os irmãos nos decepcionam, nos fazem sofrer e chorar. E certamente nós também os decepcionamos. Jesus deixou instruções para perdoarmos uns aos outros, regra fundamental para quem quer conviver sem ressentimentos. É diário o desafio da boa convivência na família, no trabalho, na escola, na igreja… desafio que nos recorda uma denúncia atribuída a Martin Luther King Jr., cuja morte estúpida acabou de completar 50 anos: “Nós já aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos”.