Pr. João Soares da Fonseca

 

Em tempos de fake news, uma história nos mostra a maldade de alguns boatos.

No século 19, quatro jornalistas da cidade de Denver (EUA), foram à estação de trem esperar um grande personagem do cenário político, que visitaria a cidade. A edição do jornal estava praticamente pronta, faltando apenas a matéria que produziriam, que seria publicada na primeira página.

O personagem esperado, porém, não apareceu. Os jornalistas rumaram para o bar de um hotel de luxo, o Oxford Hotel, para tomarem cerveja e conversar sobre o que fariam. Aí, entre um trago e outro, começaram a inventar uma história qualquer, que os quatro usariam em seus jornais.

Uma história qualquer! Mas acontecida onde? Teria que ser num lugar muito distante, onde fosse impossível checar a fidedignidade dos fatos. Um lugar remoto? A China.

Chamaram o garçom e pediram mais cerveja.

Mas… o que na China?

Enquanto pensam, bebem mais cerveja.

Imaginaram a China anunciando a derrubada de suas muralhas, pondo fim a milenares tradições, escancarando-se para o mundo externo e suas influências.

A matéria foi encaminhada aos jornais, que a publicaram. Mas a notícia não morreu em Denver. Pelo contrário, correu feito doença contagiosa, chegando inclusive à China. E aí fez explodir a chamada Revolução dos Boxers, em maio de 1900. Os boxers, camponeses errantes adestrados no boxe (daí o nome boxers), saíram por toda parte ferindo missionários ocidentais e chineses convertidos ao cristianismo, queimando igrejas e casas de ocidentais.

Forças militares da Rússia, Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos e Japão uniram-se para invadir a China e defender os ocidentais. Dezenove mil soldados aliados capturaram Pequim a 14 de agosto de 1900, mas 250 estrangeiros já haviam sido assassinados. Só um ano depois é que um tratado de paz foi assinado, em termos que deixavam a China humilhada.

E pensar que tudo começou com… uma mentira!!!

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