Pr. João Soares da Fonseca

Sempre ouvi de pregadores do evangelho a história que vou contar. De tão boa, parece ficção. Pensava até ser um exagero dos pregadores, no santo desejo de promover a paz de Cristo. Descubro, porém, ser real e muito bem documentada.

A Primeira Guerra Mundial começou em agosto de 1914. Soldados britânicos e alemães se enfrentavam ferozmente nos campos de batalha. Até que chegou o Natal. No dia 24 de dezembro, algo imprevisto e inconcebível aconteceu: os dois lados concordaram em dar uma trégua. Num artigo para a Folha de São Paulo em 1999, se lê o relato do capitão inglês Walther Stennes, comandante de uma unidade perto de Neuve Chapelle:

“Caminhei até a metade da terra de ninguém, onde encontrei (…) um oficial alemão. Nós nos cumprimentamos, desejamos feliz Natal e concordamos que os dois lados se absteriam de hostilidades até o dia seguinte. Então, trocamos alguns presentes como pudins de ameixa, whisky e brandy, e assim fizeram também nossos homens” (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2512199905.htm – acesso em 10-12-2018).

Dizem que cantaram hinos de Natal e ao final do encontro, os dois lados concordaram em jogar uma partida de futebol, esporte inventado uns 50 anos antes, mas já amado pelas pessoas.

Um soldado do lado alemão comentou: “Foi um dia de paz na guerra”. E lamentou: “Pena que não foi uma paz decisiva!”.

Nada mais próprio do que falar de paz no Natal. O Príncipe da Paz, personagem principal do Natal, disse aos seus seguidores: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (João 14.27). É uma paz toda especial, porque procede de Deus. Se procedesse dos homens (“como o mundo a dá”) seria uma paz fantoche, falsa, frágil, franzina, fria, fingida, fictícia, flácida, fluida, forçada, forjada, formal, fugidia, fútil. A que ele dá é paz que ultrapassa a toda compreensão, é inexplicável (Filipenses 4.7), inalcançável fora dele (João 15.5)!

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