Pr. João Soares da Fonseca
Era uma vez um jovem príncipe que estava procurando uma moça decente para ser sua esposa e, consequentemente, ser a rainha do seu reino.
Um dia, passando por um pobre vilarejo do seu país, viu, da janela dourada de sua carruagem, uma jovem camponesa de rara beleza.
Durante os dias seguintes, voltou ao vilarejo porque desejava vê-la de novo. E assim, ele se apaixonou por ela. Mas então surgiu em sua mente um problema: como poderia ele propor casamento a ela?
Como príncipe, ele poderia dar ordem a ela para se casar com ele, e pronto! Porém, até mesmo um príncipe quer que sua esposa se case com ele por amor, e não por decreto ou imposição. Ele poderia aparecer na porta da casa dela, trajado de forma esplêndida, numa carruagem de ouro puxada por seis belos cavalos, servido por um exército de servos e portando consigo baús cheios de joias e moedas de ouro. Mas, se fizesse isso, como teria a certeza de que ela se casou com ele por amor e não por mero interesse em sua posição?
Então o príncipe teve uma ideia: trocou as roupas de príncipe pelas de um jovem camponês. Saiu do palácio e foi morar no vilarejo, podendo assim conhecê-la de perto, sem revelar a sua identidade. À medida que vivia com aquele povo, vestindo as mesmas roupas que eles vestiam, fez amizade com a jovem. Com o tempo, a moça se apaixonou também por ele exatamente como ele era, e porque ele a amou primeiro.
Søren Kierkegaard (1813-1855), teólogo dinamarquês, foi quem criou e contou esta história para ilustrar que a Encarnação, ou seja, o fato de Deus se fazer carne, se tornar gente como a gente, foi um belíssimo ato de amor. Veio por nos amar. Viveu e morreu de amor. E um dia voltará para nos levar para junto de si.
“Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (2Coríntios 8.9).