Pr. João Soares da Fonseca
Um barco de pesca ancorou lentamente num vilarejo do litoral baiano.
Um turista de São Paulo elogiou o pescador baiano pela qualidade dos peixes e perguntou quanto tempo levou para pegá-los. “Não muito tempo”, respondeu o baiano. “Mas então, por que você não fica mais tempo e pega mais?” perguntou o paulista. O pescador explicou que a sua pequena pescaria bastava para as necessidades de sua família.
O paulista tornou a perguntar: “Mas o que você faz com o resto do tempo?” “Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com meus filhos, tiro um cochilo… À noite, vou à vila ver os amigos, toco um violãozinho e canto algumas músicas… tenho uma vida feliz”.
O paulista interrompeu: “Você poderia começar, pescando mais a cada dia. Com a receita extra, compraria um barco maior. Com o dinheiro extra que o barco maior iria trazer, compraria um segundo e um terceiro e assim por diante, até ter uma frota de barcos de pesca. Em vez de vender o seu peixe a uma meia dúzia de gatos pingados, você negociaria diretamente com as fábricas e, quem sabe, abriria sua própria fábrica. Iria se mudar para Salvador, ou Rio ou mesmo São Paulo! E de lá mesmo você poderia dirigir a sua enorme empresa.
“Quanto tempo seria necessário para isso acontecer?” perguntou o pescador. “Uns vinte anos”, respondeu o outro. “E depois disso?” “Depois? Aí é que a coisa fica realmente interessante”, respondeu o paulista, rindo. “Quando os seus negócios prosperarem, você poderá começar a vender ações e ganhar milhões!”
“Milhões? Sério? E depois disso?” “Depois disso, você será capaz de se aposentar, viver em uma pequena aldeia perto da costa, dormir até tarde, brincar com seus filhos, pescar uns peixinhos, tirar um cochilo, e passar suas noites tocando violão com os seus amigos!” (http://www.peopleschurchofmontreal.org/sermons/tithe.html – acesso em 28-10-2005, adaptado).
Que o Senhor nos ajude a não viver correndo atrás do vento!