Pr. João Soares da Fonseca
Não Nos Precipitemos
Meu amigo, pastor Pedro Manoel de Oliveira, de Vitória (ES), contou-me o que ele mesmo testemunhou, ocorrido com um amigo comum:
Era um pastor. Foi visitar, com outro irmão, uma pessoa de sua igreja. Foram muito bem recebidos. Conversa vai, conversa vem, a Bíblia é lida, são feitas as orações, o clima é ótimo.
Antes de sair, a irmã oferece-lhes um cafezinho, como recomenda a boa etiqueta do interior do Brasil. O cafezinho é trazido e deixado diante deles. A anfitriã retorna à cozinha e os deixa à vontade. Os dois vão com muita sede ao pote, digo, à xícara. Mas…
O pastor fecha os olhos e faz uma cara de quem experimentou fel. O cafezinho estava morno, vencido, duro de descer.
Não teve dúvida. Como estivesse perto da janela, atirou por ela o líquido intragável. Não havia reparado, entretanto, num pequeno detalhe: a xícara era daquelas constituídas de um copinho de louça encaixado num suporte de aço inoxidável, portanto, destacável. Ou seja, ao atirar pela janela o cafezinho sem graça, lá se foi junto o copinho.
Nunca fiquei sabendo como foi que o nosso amigo explicou para a boa senhora o que aconteceu com a sua xícara.
Aprendi, porém, uma lição com o episódio: Não vale a pena reagir sem primeiro examinar todos os lados possíveis de uma questão. Ceder aos impulsos do momento pode exigir depois um preço muito alto. Ao recomendar prudência e paciência aos seus leitores, a Bíblia quer, na verdade, poupá-los de vivenciar as mais embaraçosas situações.
Um desses conselhos foi dado por Tiago à igreja de Jesus: “Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, e tardio para se irar” (Tiago 1.19). Às vezes somos precipitados em julgar as pessoas, em tirar conclusões, em tomar decisões, em firmar compromissos sem pensar nos custos, em passar informações que recebemos no celular… Nestes tempos de fake news, aliás, é imperativo esperar um pouco mais, antes de repassar o que pode não ser verdadeiro.