Pr. João Soares da Fonseca
Quando a Bastilha Caiu
Não subestimemos o poder das massas. A Tomada da Bastilha, no dia 14 de julho de 1789, uma terça-feira, foi o evento mais espetacular da Revolução Francesa. Antiga fortaleza medieval, Bastilha era uma prisão famosa, pois nela os reis encerravam seus opositores.
A Bastilha caiu porque o povo de Paris perdeu a paciência. Sentindo-se explorado pelo governo despótico dos Bourbons, suas guerras dispendiosas, assistindo ao caráter ilógico de sua administração, vendo a ascensão da burguesia, convivendo com os restos do feudalismo, dando ouvidos às ideias de Montesquieu, Voltaire e Rousseau, o povo, que passava fome e era explorado pelos poderosos, resolveu fazer justiça com as próprias mãos. “Um exemplo dessa exploração era a cobrança dos impostos em todo o país: tanto o clero quanto a nobreza eram isentos da tributação, paga, por sua vez, pelo Terceiro Estado [o povo]. O acúmulo de riqueza do governo francês se mostrava, por exemplo, em sua sede, o Palácio de Versalhes, construído por Luís 14, o ‘Rei Sol’” (https://www.dw.com/pt-br/1789-queda-da-bastilha/a-591877 – acesso em 08-07-2019).
Temendo um ataque das tropas do rei, o povo foi ao antigo hospital dos Inválidos onde se estocavam 28 mil mosquetes e alguns canhões. Mas e a munição? O boato era que havia pólvora estocada na prisão da Bastilha. A multidão se dirigiu para lá e atacou os 32 guardas suíços e soltou os 7 presos. O marquês de Launay, diretor da prisão, foi decapitado. Sua cabeça, espetada numa lança, foi exibida nas ruas. Acesa, a chama da revolta se espalhou pelo país e por toda a Europa. Daí 14 de julho ser a data mais importante do calendário francês.
O lema da Revolução era Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Embora fruto de uma ação política revolucionária, reflete princípios bíblicos. Mas quando o cristianismo falha em viver e comunicar esses princípios, o mundo poderá até descobri-los, mas será pelos meios mais violentos