Ramon Oliveira - Seminarista da Juventude
A Graça Barata
O ano era 1937 e o povo se encontrava desorientado em meio às crises. Adolf Hitler já se destacava no cenário nacional como a grande esperança alemã. Através de suas palavras de ordem, o Führer apresentava soluções que certamente custariam a existência dos indivíduos em vulnerabilidade. Todavia, a vida desses humanos pouco importou. Os alemães foram seduzidos pelo seu discurso e o fim dessa história todos nós já conhecemos. A euforia pelo bem estar social culminou na morte de milhares de judeus.
Diferentemente daquilo que o senso comum estabeleceu, historiadores dizem que Hitler não dizimou todas aquelas fileiras humanas sozinho! Seu projeto maligno aliou-se à corrupção dos governantes, à indiferença dos cidadãos e, sobretudo ao silêncio da igreja. Martyn Lloyd-Jones diz que “o descompromisso da igreja foi e ainda é um solo fértil para o florescimento de tragédias”. Este episódio nos mostra que a apatia da igreja teve um preço imensurável.
Ao declarar guerra contra o nazismo, Bonhoeffer identificou que as igrejas de sua época foram contaminadas por uma graça barateada. Nas palavras do pastor: “a graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado”. Abandonando o amor e a reverência pelo sangue vermelho, forte e fiel, os cristãos que deveriam sinalizar o Reino de Deus, naufragaram num mar de indiferenças.
Atualmente nossas famílias, igrejas e púlpitos permanecem sob ataque desta mesma “graça barata”. Infelizmente, assim como nossos irmãos germânicos, aprendemos a banalizar o mal! Neste mesmo instante, enquanto louvamos, comemos e bebemos, existem centenas de pessoas clamando pela nossa intervenção.
O caminho de Jesus é percorrido com os pés que pulam os muros da indiferença e correm em direção ao sofredor. Que nesses tempos de medo, frieza e maldade, se levantem os profetas da Fé, Esperança e Amor. Oremos por uma graça preciosa!