Pr. João Soares da Fonseca
Ao fazer uma vistoria nos hospitais públicos de Estado de Mato Grosso, em abril de 2019, o Secretário de Saúde daquele Estado confessou que durante as visitas ficou tão angustiado que precisou se dirigir ao banheiro para chorar (cf. reportermt.com.br). Enganou-se quem pensou que era só no Rio de Janeiro que a saúde vai mal das pernas. A infecção é generalizada Brasil afora, mas é especialmente nas capitais que a crise se torna mais evidente e exibe o seu lado mais desumano.
Hospitais sem leitos, sem médicos, sem remédios, dão ocasião a reportagens deprimentes. Pessoas sendo mal atendidas em corredores imundos, gente morrendo nas portas dos hospitais… é o caso de se perguntar de novo: Que país é esse? Será que existe cura para a crise do sistema de saúde?
O caos predominante nos hospitais públicos de nosso País prejudica o lado menos favorecido da população. Mas a vergonha deveria ser de todos nós!
A igreja de Jesus já foi, muitas vezes, comparada a um hospital. As pessoas chegam a ela, vitimadas pelo pecado, perdendo sangue (sangue é vida), respirando com dificuldade, precisando de urgentíssimo atendimento. Descrevendo a pecaminosidade de Judá, o profeta Isaías registrou: “Não há coisa alguma sã, desde a planta dos pés até a cabeça; há só feridas, contusões e chagas abertas; não foram espremidas nem atadas nem tratadas com óleo” (Isaías 1.6). No Novo Testamento, Paulo confessa: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo” (Romanos 7.18). Agostinho (354-430) dizia que “A igreja é um hospital para pecadores e não um museu para santos”.
Hospital que não trata os doentes é uma decepcionante contradição. Semelhantemente, a igreja que não leva os feridos à presença do “Médico dos médicos” está negligenciando a sua missão e pagará por isso um preço extremamente alto.