Pr. João Soares da Fonseca

Chamo sua atenção para alguns detalhes de natureza cronológica. Moisés morreu com 120 anos de idade (Deuteronômio 34.7). Passou quarenta anos no luxo do palácio de Faraó (Atos 7.23). Então, por ter cometido o crime de matar o egípcio, foge para a terra de Midiã, onde se casa com Zípora (Êxodo 2.21), e o casal tem dois filhos: Gérson e Eliézer (Êxodo 2.22; Êxodo 18.3-4). 

Por quanto tempo ficou nesse deserto? Estêvão responde: “Passados mais quarenta anos, apareceu-lhe um anjo no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo em uma sarça” (Atos 7.30). Então agora temos Moisés com 80 anos, quando o Senhor lhe aparece, e Moisés aceita o desafio de ir negociar com Faraó a saída dos israelitas do Egito: “Moisés tinha oitenta anos, e Arão, oitenta e três, quando foram falar com o faraó” (Êxodo 7.7). Se morreu com 120 anos, significa que Moisés passou outros quarenta anos no deserto junto do povo. E, de fato, ele morreu na fronteira da Terra Prometida, de onde, inclusive, avistara Canaã.

Todas essas contas levaram o evangelista Dwight L. Moody (1837-1899) a resumir assim a vida do grande homem de Deus: “Moisés passou 40 anos no palácio do rei, pensando ser alguém. Em seguida, viveu 40 anos no deserto descobrindo que sem Deus, ele não era ninguém. Finalmente ele passou os últimos 40 anos descobrindo como um ninguém, com Deus, pode ser alguém”.

Talvez, no palácio, cercado de todos os escravos trabalhando para a família real, Moisés tenha se achado grande coisa. Foi preciso que Deus esvaziasse aquele coração para o encher com a sua presença. Depois que matou o egípcio, fugiu para Midiã, tornando-se pastor de ovelhas ao longo de quarenta anos. Foi a grande crise de sua vida: quarenta anos aprendendo que a vida não é como queremos que ela seja. Quarenta anos aprendendo que Deus é tudo, e que nossas vidas só se realizam, quando alinhadas à vontade do Deus Eterno. Você já fez isso?


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