Pr. João Soares da Fonseca

O professor italiano Felice Leonardo (Leo) Buscaglia (1924-1998) deu aulas na Universidade do Sul da Califórnia. Escreveu muitos livros e artigos para jornal.

Buscaglia conta que certa vez participou de um júri num concurso que escolheria a criança mais amorosa.

O vencedor foi um menino de quatro anos que era vizinho de um ancião. O ancião havia perdido a esposa naqueles dias, companheira de décadas. O garotinho então, vendo o ancião chorar, foi à casa deste e começou a fazer-lhe um carinho, consolando-o. Ao ver a cena, a mãe perguntou ao garotinho o que é que ele havia dito ao ancião. A resposta do menino foi reveladora: “Eu não disse nada, mamãe; eu só o ajudei a chorar”.

A atitude do menino era o que Paulo tinha em mente quando recomendou que os crentes se alegrassem com os alegres e chorassem com os tristes (Romanos 12.15).

William Barclay (1907-1978), excelente comentarista escocês, em seu comentário aos Romanos, lembra um episódio registrado por um escritor não identificado, ocorrido nos tristes tempos em que a sociedade americana ainda mantinha escravos.

Aconteceu na cidade de Charleston, Carolina do Sul. Certo dia, uma senhora branca encontrou na rua a escrava de uma vizinha. Entre elas travou-se o seguinte diálogo:

– Sinto muito que a sua tia Lucy tenha morrido. Você deve estar sentindo muito a falta dela, não Afinal, vocês pareciam ser muito amigas? – disse a branca.

– Sim, sinhá. Lamento a morte dela. Mas não éramos tão amigas.

– Como não? Pensei que fossem. Vi vocês rindo e conversando tantas vezes!!!

– Isso mesmo! – disse a escrava. – Rimos e conversamos muitas vezes, mas éramos apenas conhecidas. Sabe, sinhá Rute, nós nunca choramos juntas. Para dizer que são amigas, as pessoas precisam ter chorado junto.

Somos seres ontologicamente dependentes uns dos outros. Foi assim que Deus nos criou. E quanto mais praticarmos essa interdependência, mais perto estaremos da felicidade!

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