Pr. João Soares da Fonseca

Racismo: Mudemos o Final da História

Escandalizada, muita gente se pergunta como foi possível na história que cristãos cedessem à crueldade da escravização de seres humanos.

Deveria ficar claro para todos que nem todo mundo que se diz cristão age como Cristo. O cristianismo perdeu qualidade e até se descaracterizou ao se tornar uma religião popular e ser adotada como a religião oficial do Império Romano. O fato de se tornar a religião da maioria e ser manipulada para atender a conveniências políticas fez com que o cristianismo se distanciasse da simplicidade do Novo Testamento, negligenciasse o estudo bíblico e abandonasse a misericórdia, a compaixão e o amor. Não surpreende então que essa religião tenha produzido cristãos nominais, vivendo exatamente como os incrédulos e, em alguns casos, até piores que eles.

A essência do evangelho, porém, é libertadora, como afirmou Jesus: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32).

Um exemplo do potencial evangélico para a verdadeira liberdade vem da América do Norte, ela mesma dividida pelo racismo desde o início. Faz hoje 240 anos que o fato aconteceu no Estado de Connecticut. No dia 29 de novembro de 1780, a Igreja Congregacional daquele Estado concedeu formalmente autorização ao senhor Lemuel Hayes (1753-1833) para pregar, tornando-o o primeiro pastor negro numa denominação predominantemente branca. Mais tarde, Hayes se tornaria o primeiro pastor negro a pastorear uma igreja branca, uma revolução mesmo para hoje, daí parecer incrível.

Quanto mais bíblico for o nosso cristianismo, menos injustiças se cometerão neste mundo. A aplicação dos princípios neotestamentários ao nosso cotidiano não apenas nos fará pessoas melhores, mas melhorará também a sociedade em que vivemos. Olhando a nossa triste trajetória de nação escravagista, uma poetisa contemporânea escreveu: “Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, dá pra mudar o final!”.

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