O ser humano e sua razão de ser
(Gênesis 2.1-25)
“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” (Gênesis 2.15)
O termo para designar o homem é Adão. É uma referência ao material do qual foi formado -o pó da terra- pois a palavra hebraica para terra é adamah. Portanto Adão não é somente o nome próprio do primeiro homem, mas também o nome da espécie (5.2).
Depois de formar o corpo do homem, Deus “soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida”(2.7). O resultado foi que “o homem tornou-se alma vivente”. O fôlego de Deus representa a sua força ativa, que compartilha vida, como Jó 33.4 confirma. A expressão “fôlego de vida” algumas vezes nos faz pensar no aspecto espiritual do homem (Nm 16.22; Jó 32.8), não é esta a idéia em Gn 2.7, pois o contexto nos mostra que tanto o animal como o ser humano são chamados “alma vivente”(2.7,19).
O homem foi posto num jardim, “para o lado do oriente, no Éden”(2.8). A descrição minuciosa da localização geográfica desse jardim, em que pese a dificuldade de identificação dos rios Gion e Pisom, faz pensar que o Éden não era apenas uma linguagem figurada ou simbólica no texto, mas um lugar real. Em função dos rios Tigre e Eufrates ficarem situados no Oriente Médio (atualmente Irã, Iraque e Kuait), identifica-se essa região como possível localização do Éden (2.10-14) . O jardim foi um lugar agradável, um paraíso.
O homem, criado à semelhança do criador (1.27), criativo, ético e, portanto, apto a fazer a vontade de Deus, recebeu a responsabilidade de “cultivar e guardar” o jardim (v.15). Deus não lhe outorgou escritura de propriedade do mundo. Apenas designou-o mordomo, administrador. Mas, sua gestão do paraíso tinha limites. Podia usufruir de todas as bênçãos do jardim de Deus, mas não devia comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de morrer (2.17).
A morte não era física, pois Adão morreu posteriormente, aos 930 anos. Morte na Bíblia significa a separação eterna do Senhor, enquanto “a vida eterna” é a comunhão perfeita com o Pai, para os que são reconciliados com Ele pela fé no sacrifício expiatório de Cristo (2Co 5.18-21).
Disse Deus, “Não é bom que o homem esteja só; eu lhe farei uma ajudadora que lhe seja idônea” (2.18). A mulher é formada da costela do homem, quer dizer, da mesma substância ou da mesma natureza dele. Na avaliação do primeiro homem, a mulher é: “osso dos meus ossos, e carne da minha carne”), portanto, com igual dignidade. Adão chama à mulher que Deus lhe fez pelo nome varoa (2.23).
A discriminação da mulher, seja qual for a razão, contraria os princípios da Palavra de Deus. Cada um tem um papel próprio a desempenhar no contexto da família e da sociedade, sutilmente delineado nas Escrituras, contudo, ambos desfrutando dos mesmos direitos e de iguais responsabilidades diante de Deus, o Pai.
Homem e mulher devem ser companheiros, num casamento ideal que visa também um novo lar, independente, em certo sentido, dos lares de onde marido e mulher saíram (v.24).
O destino do homem só se realiza plenamente dentro da unidade da vida matrimonial. Daí a insistência da Palavra de Deus em condenar a fornicação, prostituição, adultério, homossexualidade, a bestialidade- prática sexual com animais (Ex 20.14; Lv 18.1-30; 20.10,13,15 e 16).
No contexto da vida conjugal, homem e mulher devem desfrutar um com o outro, experimentar intimidade física, emocional e espiritual. Entregar-se um ao outro satisfazendo suas respectivas necessidades de intimidade em clima de respeito e carinho, “para que Satanás não vos tente […}” (1Co 7.5).
Catarina Damasceno – Equipe de Resumos.