Deus Age Contra O Pecado

(Gênesis 16-19)

“Disse mais o Senhor: com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei.”

(Gênesis 18.20-21)

Quando Jesus orou ao pai pedindo que não tirasse seus discípulos do mundo, senão que os livrasse do maligno (Jo 17.15), certamente pensava no tremendo desafio que é para o servo de Deus manter-se ileso no meio de uma geração corrupta e pecadora.

Muitas vezes gostaríamos de encontrar explicações sobre a demora no cumprimento da promessa. Isso nos confortaria enquanto esperamos que alguma se cumpra para cada um de nós, seja a  cura de uma enfermidade, a conversão de alguém, a solução para uma crise familiar, entre tantas  outras. Mas a Bíblia não dá tal explicação. É a fé posta à prova nos dando a chance de crescer um pouco mais, como diz o cântico.

Com Abrão e Sarai também foi assim. Como que desistindo de esperar pelo milagre, apelam para um costume das nações a seu redor (16.1-3). A iniciativa humana para “ajudar Deus” trouxe dissabores, como de regra, acontece em nossos dias também. Uma vez grávida, a empregada começou a burlar sua patroa Sarai, que acaba se irritando com Abrão(16.4-6).

Quão elevado o preço a pagar quando um servo de Deus se dispõe a agir contrário à sua vontade. Contudo, Deus se mostrou misericordioso, revelando-se a Agar, prometendo bênçãos para o filho, Ismael, que lhe nasceria.

Mas o pacto, iniciado em 15.18, é confirmado em 17.2-21, incluindo a multiplicação da descendência de Abrão, a doação da terra de Canaã, a mudança dos nomes do casal, a instituição da circuncisão como sinal do pacto e a escolha de Isaque como filho herdeiro do pacto.

Mas a grandeza conceitual na frase com a promessa “e serei o Deus deles” (17.8), toma maior significado diante do nome com o qual Deus se havia apresentado a Abrão- “Eu sou o Deus todo poderoso[…]” (17.1)- que traz a ideia de alguém que tem o poder e a capacidade para fazer qualquer coisa.

Deus se faz representar pessoalmente a seu servo Abraão através de visitantes celestiais (18.1-3). Eles ratificam a promessa, indagando que no ano seguinte Sara teria um filho. Sara é confrontada com a necessidade de crer na promessa de Deus (18.9-14). Deus também decide informar  a seu servo das coisas que estavam por acontecer às cidades vizinhas de Sodoma e Gomorra, onde habitava Ló (18.19).

A comunhão de Abraão com o Senhor permitiu-lhe interceder por aqueles homens.  Os dois anjos foram a Sodoma, enquanto o personagem divino ficava com Abraão (18.22).

A profundidade do pecado característico dos sodomitas é espelhada pelo cerco feito à casa de Ló e pela exigência deles: “Traze-os aqui fora para nós, para que os conheçamos intimamente” (19.5). A sodomia é um pecado condenado na Bíblia, por implicar uma perversidade fora do comum. Moisés a proibiu em relação com a prostituição (Dt 23.17). É dito que certas pessoas nascem assim e que a Bíblia deve ser reinterpretada a fim de negar tais textos. Todavia, a natureza pecaminosa é capaz de levar pessoas em todas as direções (Rm 7.5).

Há casos em que a única coisa que os servos de Deus podem fazer é interceder e depender de Deus para fazer segundo sua vontade, o que é impossível aos homens.  A intercessão de Abraão em prol dos justos da cidade foi acatada por Deus, que envia anjos para livrar Ló e sua família (19.15). A esposa de Ló perde sua vida por desobedecer à orientação dos mensageiros (19.26). Os futuros genros de Ló escarneceram dele e pereceram (19.14), Ló teve que ser tomado pela mão e levado pelos anjos para a segurança do monte (19.16,17).

O capítulo termina relatando o triste episódio sobre como as duas filhas de Ló mantiveram relações incestuosas com seu pai, a fim de garantir a perpetuação da família dele, dando início aos povos moabitas e amonitas (19.30-39).A iniciativa humana mais uma vez tentando “ajudar a Deus”.

Deus é paciente, fiel mas firme em operar seu plano de redenção na vida de seus escolhidos! Que saibamos ter uma comunhão íntima com o Senhor para ouvirmos suas promessas e termos confiança, fé e obediência em esperar que elas se cumpram em nossas vidas. Amém.

Catarina Damasceno – Equipe de Resumos.

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