O Sofrimento do Messias e a Salvação que Opera

(Isaías 51-54)

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”  (Isaías 53:4,5)

A expectativa messiânica é anunciada. Cada vez, de forma mais clara e inequívoca, o escritor bíblico desenvolve a expectativa messiânica que já é uma realidade no texto veterotestamentário do profetismo do exílio, assumindo contornos mais definidos com o profeta Isaías. Agora, a ênfase não está na função messiânica exercida pelo rei persa Ciro, mas sim, na pessoa do Messias que virá oportunamente na história do povo de Deus.

O sofrimento do Messias. O profeta Isaías descreve de forma precisa as expectativas de sofrimento que o Messias haveria de passar. Quando olhamos para o texto profético e comparamos com o relato dos evangelistas neotestamentários ficamos maravilhados com a forma que o escritor bíblico registrou as características e ministério de Cristo. O texto de Isaías 53:2-5 resgata a teologia do sacrifício encontrada nos primeiros anos do tabernáculo e a doutrina da propiciação que, no escrito profético de Isaías, é consumada na expectativa messiânica. Por se tratar de um texto profético com uma ênfase teleológica, o profeta Isaías precisa ser lido à luz dos escritos neotestamentários. Para o leitor do texto veterotestamentário sem o conhecimento dos Evangelhos ficará muito difícil a sua compreensão. A paz prometida ao povo de Deus só pôde ser alcançada pelo sacrifício messiânico já visualizado por Isaías e que seria concretizado na morte vicária de Cristo.

A glória de Jerusalém será restabelecida. A mensagem que Jerusalém viverá novamente dias de glória está presente não apenas com Isaías, mas, também, em todo profetismo tardio encontrado após o fim do cativeiro babilônico. Sião mais uma vez será exaltada (Is 54:2a). O alcance dessas promessas não está restrito à cidade de Jerusalém, mas também, alcança uma projeção da Jerusalém “celestial”, a igreja de Deus que seria estabelecida com o advento do Messias e que será glorificada numa dimensão apocalíptica escatológica (Ap 21). A glória de Jerusalém será percebida pelo perfeito conhecimento do Senhor e a plenitude de paz será vivida pelos filhos de Deus (Is 54:13).

Considerações finais. De forma semelhante ao que o profeta fala sobre o futuro glorioso de Jerusalém, a igreja de Cristo viverá dias gloriosos e eternos com o Senhor.

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