Deus levanta um libertador
(Êxodo 3.1-22)
“Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirá aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros”.
(Êxodo 3.14)
Não se pode inferir do incidente em que Moisés matou um egípcio, que ele tivesse em mente libertar Israel. Naquele episódio, Moisés apenas defendeu um irmão de raça que estava sendo covardemente espancado. Deus precisava designar e convocar um homem especialmente dotado para a missão de tirar Israel do Egito. Por meio de tudo o que aconteceu a Moisés desde o seu nascimento, vemos que Deus o estava preparando para ser esse homem. Moisés relutou muito em receber a incumbência porque conhecia a grandiosidade da missão que Deus lhe propunha. No entanto, pela sua personalidade bem estruturada, a cultura que adquiriu, seu temor a Deus e seu amor ao povo, certamente era o homem para aquela missão.
Moisés afirma também ter dificuldade para falar, uma dislalia não especificada, mas Deus lhe diz claramente: Israel não vai ser libertado pelo que você vai falar, mas pelo que Deus vai fazer. Quantos obreiros valorosos têm fracassado porque imaginam que a obra depende deles e não do Senhor! Deus respondeu a Moisés: “Eu serei contigo”. Essa palavra nos faz lembrar a promessa de Jesus, depois de dar aos discípulos uma missão que para eles seria impossível: levar o evangelho até os confins da terra (Mt 28.20). Moisés acrescenta: “Os filhos de Israel me perguntarão: Quem enviou você? “Deus responde: “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Era o Deus da própria história de Israel e não um deus estranho, do Egito ou da Mesopotâmia, que falava com Moisés. Quando Moisés pergunta qual o nome daquele que o envia, ouve: “Dirás ao povo de Israel: EU SOU me enviou a vós”, surgindo daí o nome inefável e santo, Jeovah, pelo qual Deus passou a tratar com Israel. Ele não foi nem será. Ele é. “EU SOU”. “De eternidade a eternidade tu és Deus”, proclama Moisés (Sl 90.12).
Para haver uma nação, quatro elementos são necessários: um povo, um território, leis e um governo. Em sua providência a fim de cumprir suas promessas visando à redenção da humanidade e formar uma nação sacerdotal, Deus levou os filhos de Jacó para o Egito, onde eles poderiam se multiplicar com segurança e receber noções de uma nação bem estruturada. O Egito era um país rico e poderoso, altamente desenvolvido nas ciências da medicina, astronomia, matemática, agricultura, arquitetura e governo. Israel, até então um pequeno clã de pastores nômades, tinha muito que aprender no Egito para vir a ser uma poderosa nação. Israel cresceu sob a proteção de faraós estrangeiros durante quase três séculos, espalhou-se por todo o país e se tornou forte e numeroso até que o novo faraó, agora egípcio, não reconheceu os privilégios dados pelos reis semitas a José e começou a maltratar os filhos de Israel por
entender que aquele povo constituía uma ameaça latente para a nação (Ex 1.9). Durante os restantes 130-140 anos, os filhos de Jacó perderem as regalias e foram reduzidos à condição de escravos com muito sofrimento, até que clamaram a seu Deus.
A impressão que se pode ter pelas murmurações dos filhos de Israel no deserto é de que eles queriam alívio do seu sofrimento, mas não pensavam em emigrar para Canaã. Era preciso que o cativeiro ficasse muito mais apertado para que eles sonhassem em fugir para a terra prometida. Os egípcios não estavam acostumados a trabalhos pesados. Estes ficavam para os servos. Se os escravos fugissem, obras importantes seriam paralisadas, por isso, os faraós estavam dispostos a tudo para que os escravos não fossem embora. Moisés tem uma história de preparação para a tremenda responsabilidade que Deus lhe confiou. Conhecia o Deus de Israel e suas promessas de fazer dos descendentes de Jacó uma grande nação. Homem de fé, era totalmente determinado na obediência à vontade e aos propósitos de Deus. Amava o seu povo e por ele estava disposto a morrer. Conhecia profundamente o Egito onde os israelitas estavam escravizados, suas leis, o caráter dos governantes, seu poderio militar, seus deuses e seu povo. Para toda tarefa no seu reino, Deus precisa de homens e mulheres preparados aos quais Ele mesmo capacita com poder espiritual para a tarefa.
Em nenhum momento, Moisés disse a faraó que depois de adorarem a Deus no deserto a três dias de caminho, os israelitas voltariam ao Egito. Assim faraó entendeu: se deixasse o povo sair, Israel não voltaria maios e a perda da mão de obra escrava era certa. Satanás nunca abre mão dos escravos do pecado que mantém sob seu domínio. Para haver libertação, é preciso que Deus manifeste o seu poder, o que Ele fez por meio do seu Filho unigênito.
Oremos ao Senhor procurando saber qual a missão que Ele tem para cada um de nós.
Catarina Damasceno – Equipe de Resumos