Pr. João Soares da Fonseca

Valorize Cada Bênção

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, sofria de um horrível câncer na boca. Em 1926, ele também passou a ter problema de coração, ficando internado por algum tempo. Voltou a Viena com um desejo irresistível de passear durante as manhãs. Foi a primeira vez, confessou depois, em que realmente ficou deslumbrado com a primavera de Viena.
– Que pena! – escreveu mais tarde. – Que pena que alguém tenha que ficar velho e doente para valorizar um cenário assim!
De 1981 a 1983, morei no deserto do Iraque, à beira do Rio Eufrates. Embora seja no Iraque, o imenso deserto de calcário é chamado Deserto da Síria.
Era triste viajar por aquele deserto. Era monotonia e cansaço visual. Isso porque você pode viajar horas e horas, sem que veja uma árvore sequer. Por dois anos fiquei vendo praticamente apenas aquela terra nua.
Quando saí de férias, viajei por ali mesmo. Fui de Bagdá a Istambul de avião, com o tíquete pago para depois ir de Istambul a Atenas, e depois de Atenas a Jerusalém. Mas em Istambul, vi tantas árvores, que, mesmo com o bilhete aéreo pago, preferi viajar de trem para Atenas. Ora, de Istambul a Atenas são 36 horas de trem. Você não acreditaria se visse o meu entusiasmo quase infantil ao ver as árvores à beira da estrada de ferro. Tirei muitas fotos de… árvores. Árvores bobas, comuns, nada de sequoia… tirei foto de arbustos, de moitas, de pasto… qualquer coisa verde atraía o meu olhar.
Mesmo depois de ter regressado ao Brasil, por muito tempo ainda eu ficava admirando qualquer coisa que parecesse ser uma árvore.
Por quê? Porque há certas bênçãos que só passamos a valorizar DEPOIS que as perdemos.
Hellen Keller, cega e surda, escreveu: “Fico pensando que seria uma bênção se cada pessoa ficasse cega e surda por alguns dias durante sua vida de adulto. Isso faria com que valorizasse ainda mais a visão e as alegrias do som”.
Valorize hoje o que Deus colocou em suas mãos!

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