Pr. João Soares da Fonseca
O Maior de Todos os Mandamentos
Questionado sobre qual é o maior de todos os mandamentos, Jesus deu uma resposta simples (Marcos 12.28). A pergunta “qual é o maior mandamento?” não era nova; tratava-se de uma questão sempre debatida entre os judeus, e nunca resolvida satisfatoriamente. O escriba se aproximou de Jesus para fazer essa pergunta, talvez desejoso realmente de aprender, ou talvez apenas por diletantismo, por hobby, pelo prazer de exibir conhecimento intelectual. Como disse alguém, “sabemos mais e mais sobre menos e menos, e brevemente saberemos tudo sobre coisa nenhuma”.
Fosse por que razão fosse, o escriba queria ouvir a opinião de Jesus: Qual é o maior mandamento? A. T. Robertson lembra que “Os escribas declaravam que havia 248 mandamentos afirmativos, tantos como o número de membros do corpo humano; e 365 mandamentos negativos, tantos quanto os dias do ano, perfazendo um total de 613, o número de letras dos Dez Mandamentos”. Mas Jesus passa ao largo de tais questiúnculas para atacar o âmago da questão.
A resposta de Jesus nos ensina algo sobre a essência da verdadeira religião. A substância da fé cristã consiste em amar: a Deus e ao nosso próximo. Jesus disse que “toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos” (Mateus 22.40).
Sem amor, a vida cessaria. Sem amor, a religião também morreria, porque o amor a Deus é a vida da religião. Mas o mesmo verso diz também que o “amor ao próximo” é o outro lado da moeda. É de segunda categoria a religião de quem diz amar a Deus, e só a Deus, mas não ama também o seu próximo. Com palavras claríssimas dirá João: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1João 4.20).
Page Kelley, que foi missionário aqui entre 1952 e 1959, escreveu: “Quando o povo de Deus é apenas tão bom como os seus vizinhos incrédulos, na verdade é muito pior que eles”.