Pr. João Soares da Fonseca
O Perfume da Integridade
Em 1958, chegou ao Brasil um missionário, que iria trabalhar em São Paulo por muitos anos. Seu nome era Thurmon Bryant (1940-2014), natural de Oklahoma. Tendo ouvido que carros no Brasil custavam os olhos da cara, resolveu trazer dos Estados Unidos o seu próprio. O carro veio de navio até o porto de Santos. Mas no porto, não queriam liberar o carro de jeito nenhum. Era imposto disso, imposto daquilo… mas no fim de contas o que a pessoa queria mesmo era um agrado por fora, se é que você me entende.
Ora, Bryant vinha ao Brasil para ser missionário, um pregador das boas novas. Não faria o menor sentido “despregar” o evangelho, seguindo o curso que o pecado sugeria. Decidiu diante de Deus que não pagaria propina. A autoridade, do outro lado, decidiu também que não iria facilitar as coisas. Assim, o carro ficou preso, parado, no pátio do porto.
Toda semana, Bryant ia ao porto certificar-se que os funcionários não estavam usando o seu carro. O tempo foi passando. 1958, 1959, 1960, 61, 62, 63, 64, 65, 66… Dez anos se passaram. Só em 1968 foi que a Receita Federal decidiu liberar o veículo. Claro que 10 anos, estacionado junto ao mar, recebendo diretamente os ataques implacáveis da maresia, e sem os cuidados necessários, o carro não passava de um casco enferrujado.
Irmãos, é melhor perder um carro do que perder a integridade!
Bryant não agiu daquele jeito porque era americano. Agiu daquele jeito por causa de sua convivência com Jesus!
Myrtes Mathias (1933-1996) iniciou assim um poema chamado Por causa da flor:
Perguntaram um dia a um pedaço de argila
que exalava um suave odor:
– De onde te vem este perfume, se és apenas lama?
Ao que ela respondeu, humildemente:
– Morei muito tempo, perto de uma flor.
Quando nos perguntarem de onde nos vem este perfume de integridade, respondamos confiantemente: “É que andamos diariamente com Cristo, aquele que é a verdadeira encarnação da integridade!”.