Pr. João Soares da Fonseca
Dia do Trabalho, Não da Preguiça
Dois amigos conversavam, e um disse para o outro: – Rapaz, eu não aguento mais esta vida; levanto às 5h da manhã, saio correndo para a estação, pego o trem, salto na Central, pego o metrô, vou para Copacabana, trabalho o dia todo, em pé, atendendo a telefone, carregando caixa pesada, pra cima e pra baixo, meu almoço é um lanche corrido. Depois, às 10 da noite, faço todo o caminho de volta, e chego em casa mais morto do que vivo.
O outro ficou sensibilizado e quis saber com sinceridade: – Mas desde quando você está nesse emprego?
A resposta: – Vou começar na semana que vem.
Por que gente preguiçosa não gosta de ler a Bíblia? É que ela fala muito de trabalho. Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5.17). Eele tinha uma profissão, comum, humilde, porém, digna: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria?” (Marcos 6.3). Minha mãe gosta de dizer: “Trabalho não mata ninguém”. Pelo contrário, “a aposentadoria é que é a antessala da morte”, como sentenciou Chico Anysio.
John Stott, em A Bíblia toda, o ano todo – meditações diárias de Gênesis a Apocalipse (2007), diz:
“A palavra carpinteiro aparece apenas duas vezes nos Evangelhos; uma delas, chamando Jesus de ‘carpinteiro’, e outra, se referindo a ele como o ‘filho do carpinteiro’. A partir disso, deduzimos que José havia trabalhado como carpinteiro, que Jesus havia sido seu aprendiz, e que assumiu a carpintaria após a morte de José.
Embora a palavra tekton pudesse ser usada para qualquer artesão ou oficial, ela normalmente está relacionada a alguém que trabalha com madeira. Assim, sem dúvida Jesus deve ter feito ou consertado móveis e utensílios agrícolas. (…)
Alguns líderes cristãos do início do movimento trabalhista britânico se inspiraram em Jesus, pois ele dignificou o trabalho braçal.” (p. 171).
Se a tentação da preguiça atacar você, lembre-se das palavras de Jesus: “Meu pai trabalha até agora…”.