Bênção e Desafio

(Marcos 10)

“Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.”

(Marcos 10.14)

Temos aqui lições significativas para a igreja no que diz respeito a seu papel aqui no mundo, com um termo recorrente que nos dá a ideia de continuidade, ou persistência. São eles:

A aglomeração dos necessitados – As necessidades latentes do povo os conduzem a Cristo: elas clamam por alívio de suas aflições. Jesus teve compaixão deles, e cabe à sua igreja em nome do seu Senhor, socorrê-las (Mt 9.36);

Jesus ensinando – Jesus as ensinava como de costume, Ele sabia que o conhecimento sobre Deus proporcionava vida abundante e paz;

Os ataques constantes – Fazer a vontade de Deus não nos isenta dos ataques; o próprio Jesus, esteve na mira dos ataques; os ataques são constantes, não há trégua, não desistem de tentar nos parar.

O divórcio é um assunto altamente nevrálgico e polêmico para a modernidade evangélica. A controvérsia tem um culpado: a dureza do coração humano (v.5). Percebemos que o casamento é uma ideia de Deus quando Jesus argumenta que no princípio da criação Deus o estabeleceu (v.6); o casamento tem seus princípios e padrões já preestabelecidos (v.7,8); este não deve ser segundo o coração dos homens, mas de Deus; não deve ser descartável (v.9); os homens tornam essa criação divina relativa e volátil; Deus uniu (estabeleceu); o casamento é sério demais para que os homens queiram fazer “teste drive” com ele.

O Senhor coloca uma criança como referencial de uma vida que agrada a Deus, pois elas têm autenticidade, não camuflam seus sentimentos. Sua sinceridade e honestidade alegram o coração de Deus. Toda criança tem a alma sonhadora. Seus sonhos se realizam plenamente em suas brincadeiras, porque elas têm o tempo a seu favor. Não desejam ostentação, riquezas materiais, se contentam plenamente com tão “pouco”, estão sempre aprendendo e querendo conhecimento, ao contrário dos adultos que já sabem tudo. A dependência é uma questão de sobrevivência para elas. Precisamos ter este mesmo tipo de dependência de Deus.

Os discípulos ficaram perplexos diante da cena de um jovem desenvolto que era rico e que correu para Jesus. Ele tinha o desejo de ter a vida eterna, guardava a lei desde criança e entendia que suas virtudes eram boas e suficientes para a vida eterna. O texto diz que Jesus o amou, mas que o deixou triste e desolado, pois o jovem não abriu mão do que era, para ser o que Jesus queria que ele fosse. Ele acreditava que seu estilo de vida era perfeito demais para ser substituído pelo estilo de vida do Reino dos Céus.  O estilo de vida proposto por Jesus é a condição para a vida eterna, ideia de novo nascimento. Não podemos ter a pretensão de adaptar o evangelho a nossos valores e estilo de vida. Se alguém tem que se esvaziar, não deve ser o evangelho, mas o homem (Lc 6.23). Assim como muitos, ele não sabia o que significa render-se e entregar-se por inteiro, não percebendo que somente o todo sem reserva é o critério para ter a vida eterna.

Jesus ensina, pela alegoria do camelo e da agulha, a impossibilidade da vida eterna para aqueles que confiam em seus próprios recursos mais que na bondade do Senhor. Então quem poderá salvar-se? Jesus fixando o olhar neles disse: Isto é impossível aos homens (v.27). A vida eterna é impossível por mérito humano, pois é um ato exclusivo de Deus, pois para Deus tudo é possível (v.27), inclusive a salvação dos homens. A salvação é ação direta da bondade de Deus. Por este motivo, Jesus afirmou ao jovem rico: Ninguém é bom, senão um, que é Deus (v.18).

Pela terceira vez, Jesus fala de sua morte e, à medida que torna o assunto mais claro, vê os discípulos mais confusos, espantados e com medo (v.32). Eles estavam em pânico demais para entenderem que o sofrimento e a morte de Jesus não seria jamais o final.

Os filhos de Zebedeu, Thiago e João (v.35), evidenciam com seu pedido ao Mestre sua visão equivocada sobre Jesus e o Reino de Deus. Mas, Jesus lhes disse: “Não sabeis o que pedis”. O erro crasso desses discípulos era vincular o reino de Deus com o reino desse mundo, no qual se venera a ostentação o glamour e a articulação política. Jesus disse a Pilatos: “Meu reino não é desse mundo” (Jo 18.36). Outros dez seguidores indignados se preparam para a guerra contra os pretenciosos filhos de Zebedeu, mas Jesus os desarticula, falando sobre si mesmo (v.45). No mundo dos homens, os maiores são servidos pelos menores. Jesus instaura uma nova maneira de ser o maior; é ser o menor, e que serve ao outro (v.43). Nosso Mestre e Senhor veio ser servo até a morte de Cruz (Fp 2.7,8).

 

Catarina Damasceno – Equipe de Resumos.

'Escrever um comentário';

*

Seu endereço de e-mail não será publicado.

© 2017-20 PIBRJ