O CAMINHO PARA A CRUZ
(Marcos 14)
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Marcos 14:38)
Os preparativos para a páscoa eterna (14:1-9). Para a festa da Páscoa, os pães eram preparados antes, pois eles tinham que ser sem fermento (ázimos). Jesus representa também esse pão, que estava preparado para a Páscoa eterna, antes da fundação do mundo.
Um momento especial demais para amarguras (14:10-26). Judas é o exemplo vivo de alguns que vivem em torno da manipulação das situações, e que todas as coisas têm que ser do jeito dele. Alguns estudiosos defendem que Judas pertencia a um grupo político radical, por nome Zelotes, que via a independência de Roma por meio da violência. Ele se alia aos líderes religiosos para prender e matar Jesus por 30 moedas de prata, ou provocar Jesus a manifestar seu poder diante de seus algozes. O fato é que ele iria trair. Pedro o negaria e os demais iriam abandoná-lo. Mas, naquele cenáculo da ceia, a atmosfera estava repleta de alegria, satisfação e celebração. Jesus estava transbordando de felicidade para promover qualquer sentimento de amargura ou ressentimento.
Jesus está consciente de tudo (14:27-31). A cruz e todos os infortúnios (traição, negação e abandono), eram do conhecimento prévio de Jesus, que não os amou menos por isso. Ele viera exatamente por esses e por outros muitos dessa mesma natureza infame, medíocre e pecadora.
Os momentos sombrios (14:32-42). Getsêmani quer dizer prensa do azeite. Naquele lugar, a alma de Jesus experimentava a prensa do que em breve lhe iria acontecer (v.33). Em momentos sombrios aprendemos com Jesus a enfrenta-los com: oração, amigos, intimidade, submissão, resiliência.
O estardalhaço dos maus (14:45-52). Uma multidão com paus, espadas, tochas e guardas do templo lançam as mãos em Jesus para julgá-lo, condená-lo à morte. Jesus se entregou consciente e voluntariamente. Toda aquela balbúrdia escandalosa era sem sentido ou no mínimo ridícula. Jesus estava sempre com eles no templo (v.49) e ali, eles o trataram como um malfeitor, um bandido. Naquele momento de tensão, um dos discípulos fere um dos servos do templo e é repreendido por Jesus (Mt 26:52,53). Jesus afirma que era necessário que as Escrituras se cumprissem, prenunciando que ele seria contado como malfeitor (Is 53:12; Zc 11:10), se não tivesse sido decretada pelo Pai, como um decreto eterno para a salvação dos homens. Todos os discípulos fugiram; ele foi desprezado por todos para que todo aquele que nele crer nunca seja desprezado.