O Espírito Santo – Presença e Atuação no Novo Testamento(Atos 2.1-47)
“Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos.”
(Atos 2,16,17)
A presença do E.S habitando no íntimo, é um fenômeno particularmente do N.T (Jo 7.39 e 14.17). Em primeiro lugar, o Espírito vem aos crentes como o agente da regeneração e, depois, os crentes são capacitados e usados pelo E.S.
O nascimento de Jesus apresenta a sua concepção da obra do E.S. Jesus Cristo, o Filho de Deus, foi concebido por obra do E.S. É um ato miraculoso, divino, um mistério de Deus que aponta para o E.S como sendo ele o responsável pela concepção de Maria.
A chegada do Messias era aguardada por todos aqueles que tinham entendimento do A.T. Muitos profetas já haviam anunciado a vinda do Messias ao mundo. Isaías é enfático ao falar da concepção sobrenatural do Messias (Is 7.14).
Em Mateus 1.18, na expressão “mas, antes de se unirem” é apresentado o grande ato miraculoso de Deus por meio do E.S. Tanto o texto de Isaías e o de Mateus acima citado não deixam qualquer dúvida da situação de Maria que se encontrava virgem.
Há dois episódios em que aparecem a presença do E.S no início do ministério do Messias. Pelo Espírito em forma de pomba que vem sobre Jesus, o Senhor se manifesta no batismo de Jesus (Mt 3.13-17), e o Espírito é quem aparece conduzindo Jesus ao deserto (Mt 4.1), onde se registra a vitória de Jesus sobre a tentação.
Se nos evangelhos e nas narrativas de Lucas é Jesus quem lidera o processo da ação de Deus na história, em Atos dos Apóstolos o Espírito é “o grande personagem”, é ele quem conduz a ação das comunidades cristãs, e guia missionários enviados a pregar a Palavra de Deus começando em Jerusalém chegando em Roma, dando início a ordem declarada por Jesus (At 1.8). Por 52 vezes o Espírito é mencionado como condutor da ação. Essa ênfase no Espírito permite que muitos estudiosos da Bíblia entendam os Atos dos Apóstolos como “o evangelho do Espírito”.
Barnabé tinha um terreno em Jerusalém e sente-se movido a dispor dele em favor da comunidade; vende-o e coloca o dinheiro aos pés da comunidade cristã. Esse gesto revela a ação do E.S em Barnabé. Pouco a pouco, ele vai sendo guiado pelo Espírito e sente necessidade de colocar sua vida à disposição do projeto de Deus, tornando-se um dos principais missionários nas comunidades cristãs primitivas. O E.S impele as pessoas a se libertarem das amarras do poder econômico. Quem é movido pelo E.S partilha seu poder
econômico. Fechar-se à ação do E.S é grave e perigoso porque a pessoa fecha os olhos e o coração à evidência das obras do Espírito (Lc 12.10). E negando-as, rejeita a oferta suprema que Deus lhe faz e se exclui da salvação (Hb 6.4-6).
O E.S é mestre em situações de conflito (Lc 12. 11,12). Lucas narra por três vezes que o Espírito impulsiona Jesus a subir para Jerusalém onde será morto, mas ressuscitará (Lc 9.22,43-45; 18.31-33). Paulo também teve de discernir em meio a conflitos. Por três vezes disseram a ele que não subisse a Jerusalém, pois lá seria preso e maltratado. Mas, o apóstolo acabou discernindo que deveria seguir firmemente o caminho trilhado por Jesus, e assim o fez. O texto de Atos 16.5-10 é uma clássica declaração de como Paulo era conduzido em suas ações missionárias pelo E.S. Uma pessoa guiada pelo Espírito, mesmo no meio de conflitos, vive a alegria, a paz e a serenidade; saboreia a beleza da pequenez da vida nutrindo-se do divino que se tornou humano. Essa perspectiva aparece em inúmeras passagens do Evangelho de Lucas, principalmente nas parábolas da misericórdia, nas quais faz questão de enfatizar a alegria que contagia um pastor, uma mulher e um pai ao reencontrarem o que estava perdido (Lc 15.1-32).
Para Paulo, o E.S é quem dirige os homens (Rm 8.13; Gl 5.16) e, por meio dele, o homem pode ser dotado de dons extáticos e de operações milagrosas (1Co 2.4; Rm 15.19; 1Ts 1.5; 1Co 14.2). Essa manifestação do Espírito na pessoa tem como propósito a edificação da igreja (1Co 14.4-12). Para a teologia cristã do primeiro século d.C., o simples fato da conversão já significava o recebimento do Espírito (1Co 12.13; Gl 3.26; Jo 3.5; 7.38-39).
O E.S está disponível para habitar e ter comunhão com quem crê e confessa que Jesus é seu Salvador e Senhor (Rm 10.9,10). Com a salvação, cada crente é batizado com o E.S (Mt 3.11). Receber o dom do E.S é essencial e indispensável para todos os santos, purificados dos pecados e salvos.
Se você ainda não formalizou sua fé, confessando e dando testemunho de que é um verdadeiro cristão, faça isso. Receba Cristo e seja salvo (Ef. 4.30). Desta forma todo crente percebe a atuação do E.S na vida cristã.
Catarina Damasceno – Equipe de Resumo