Libertos para Adoração

(Êxodo 1-40)

“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.”

(Êxodo 14.15)

A descendência de Abraão se multiplicou no Egito. Dos 70 que entraram com Jacó ali, no tempo de José, agora haviam enchido aquela terra (v.7). Tal crescimento era parte do cumprimento das promessas de Deus aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (vale ressaltar, por mais que às circunstâncias ou o tempo muitas vezes possam plantar dúvidas, tenha a certeza que Deus nunca quebra uma promessa e está sempre trabalhando a nosso favor). Mudanças na vida política do Egito criaram o ambiente para que outra parte da promessa se cumprisse. Um novo rei (provavelmente uma nova dinastia), que não conhecia José, assumiu o trono. Uma das estratégias para sustentação do novo governo foi a anulação de possíveis futuros focos de insurgência entre a população, especialmente, entre as comunidades de origem estrangeira. Assim, de imigrantes que gozavam de certa autonomia na terra que os acolheu, certamente esquecidos da terra da promessa, os hebreus foram feitos escravos. As canções alegres se transformaram em gemidos de aflição (v.7-10).

Ainda que parecendo haver se esquecido dos seus escolhidos, Deus estava trabalhando em favor deles (2Pe 3.9).

Da casa de Levi, que viria a ser a família sacerdotal para Israel, Deus escolheu um homem para se casar com uma mulher da mesma linhagem. Se Deus haveria de realizar, por meio deles, uma grande obra entre o seu povo, era importante que fossem ambos “de uma mesma casa”, e dessa família, Deus levanta aquele que Ele usaria para conduzir os hebreus de volta à terra da promessa, Moisés.

Educado na casa de faraó como um príncipe pela princesa (filha de faraó), Moisés foi treinado para comandar. Já adulto, se deixou levar pelo ímpeto de seus sentimentos ao ver um egípcio maltratando um escravo hebreu, e lutando com o egípcio o matou, colocando em risco tudo quanto estava planejado por Deus para o seu futuro. Descobriu, então, o quanto necessita o servo de Deus de controle sobre suas emoções.

Fugindo da ira de faraó, que queria matá-lo, Moisés viu-se obrigado a refugiar-se em Midiã. Ali encontra uma esposa. Ali, Deus o encontrou, falou-lhe ao coração e o comissionou para a excepcional tarefa de liderar o resgate do povo de Israel do cativeiro egípcio.

Passados 40 anos de uma vida árdua nos desertos e nas montanhas de Midiã, Moisés recebeu a ordem de Deus para retornar ao Egito e liderar o povo de Israel em uma grande empreitada: a libertação do cativeiro. Deus queria reunir seus adoradores, em liberdade, para adorá-lo.

Faraó resistiu. Em seu furor, apertou mais a sua mão. Moisés sentiu-se desesperado. O povo experimentou “angústia de espírito”. Parece que Moisés passou despercebido pelo anúncio de Jeová: “Eu sou o Senhor. Eu vos tirarei […] e vos livrarei […] e vos resgatarei com braço estendido e com grandes feitos de juízo” (6.6). Deus mesmo lideraria o seu povo.

Que bom quando podemos entender que somos chamados por Deus como testemunhas de Jesus Cristo para o nosso tempo, mas que a obra quem faz é o Senhor, pelo seu Espírito que opera em nós, e não nós mesmos! Enquanto os egípcios lamentavam seus mortos, os hebreus celebravam os feitos maravilhosos do Senhor e se preparavam para partir.

Se o desejo dos hebreus era, de fato, distanciar-se do ambiente idólatra do Egito, a fim de prestar a Jeová o culto que lhe era devido, agora, podiam festejar com largueza a Jeová, seu libertador. Mas, como prestar a Deus um culto que lhe fosse agradável?

Os capítulos finais do livro de Êxodo constituem um manual de vida diante de Deus para o povo de Israel. Além disso, sua presença figurada no N.T (1Pe 2.9; Ex 9.6; Lc 18.18; Ex 20.1-17) evidencia o grau de importância que a igreja do primeiro século lhe conferia.

Na solidão do deserto em Midiã, Moisés ouviu a voz de Deus que lhe falou ao coração. Que nós também, quando os desafios da vida quiserem fazer-nos “jogar a toalha”, agucemos os ouvidos e ouçamos a voz mansa do Pai: ”[…] multiplicarei os meus sinais e as minhas maravilhas”, e criemos forças para continuar, pois Ele mesmo nos conduzirá. Amém.

Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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