Adoração em Comunhão com Deus e os Homens

(Deuteronômio 14-27)

“Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra
que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel. Hoje, o Senhor, teu
Deus, te manda cumprir estes estatutos e juízos; guarda-os, pois, e cumpre-os de todo o

teu coração e de toda a tua alma.”
(Deuteronômio 26. 15,16)

Os preceitos para a vida de Israel estavam bem delineados. Agora, a nação de adoradores,
já prestes a instalar-se na terra prometida, precisava também precaver-se de um inimigo
que lhe seria mais fatal que os temidos “gigantes” de Canaã. O povo deveria tomar cuidado
com o possível surgimento de falsos profetas em seu seio – raposas que, sorrateiramente,
se introduziram na vinha (Ct 2.15), roubando os frutos de adoração que pertencem ao
Senhor, a saber, a contaminação de seu culto com a teologia e a liturgia dos povos
cananeus. O grande desafio da vida do adorador é manter o foco de sua adoração no
Senhor e ocupar-se com aquilo que agrada a Ele. Para tanto, o crente precisa conhecer a
vontade de Deus expressa em sua Palavra.
Se atentarmos bem para o que sucede em nossos cultos, de modo geral, perceberemos
que se tem priorizado o nível estético: músicas, canções e até mesmo danças.
Em outros momentos, nossa adoração se confunde com uma preocupação humanista que
leva à concentração de esforços no assistencialismo social, na preocupação com direitos
humanos em suas variadas nuances, num esforço para reparar falhas do nosso sistema
social que, se bem que não seja uma atitude condenável, não há de definir nossa adoração,
posto ter seu foco ainda na criatura mais que no Criador.
A adoração que devemos prestar a Deus precisa ter seu foco principal em Deus mesmo, em
sua grandeza, soberania e misericordiosa graça, assim, entregamos a Ele tudo o que
somos e tudo o que temos “[…] de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as
tuas forças” (6.5). Vai ser fácil para nós, dessa forma, entregar ao Senhor também nossos
dízimos. É comum encontrarmos adoradores que choram, tremem e até desmaiam,
enlevados por canções e louvores, mas que não entregam ao Senhor os seus dízimos,
muito menos suas ofertas de amor.
A instrução divina à comunidade de adoradores que passava a possuir a terra da promessa
incluía a exigência de fidelidade nos dízimos como parte da adoração (14.22-29). Os
dízimos deviam ser levados perante o Senhor no lugar por Ele determinado para o culto.
Ninguém podia fazer com seu dízimo qualquer outra coisa, senão consagrá-lo, no templo,
diante do sacerdote (12.6,11,17,18). Os dízimos eram para o sustento do culto, incluindo os

sacerdotes, os levitas e os necessitados. Apenas os dízimos de cada terceiro ano não
precisavam ser levados ao templo.
A maioria dos eventos sociais em diferentes culturas da humanidade contempla a
alimentação como uma de suas partes integrantes. Nos tempos do N.T, esses costumes
ainda prevaleciam. A Igreja de Jerusalém, no primeiro século, praticou a comunhão “[…] no
partir do pão […] em casa […]” (At 2.42,46), refeições comunitárias, conhecidas como
“agápe”, cujo significado, amor, permite entender o clima que devia reinar em tais eventos.
Hoje, não temos mais os banquetes sacrificiais, pois “nosso cordeiro da Páscoa, já foi
sacrificado” (1Co 5.7; Ex 12.1-14; Jo 1.29,36), “[…] Cristo oferecendo-se uma só vez para
levar os pecados de muitos […]” (Hb 9.28).
Contudo, algumas igrejas têm por costume promover cafés, almoços ou jantares de
confraternização observando-se o mesmo princípio geral de comunhão reinante nos
banquetes dos antigos hebreus e dos primeiros cristãos: promover a comunhão e a unidade
entre os irmãos em Cristo (1Co 10.16,17).

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