Um Povo Chamado Igreja

(Atos 1-3)

 

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1:8)

 

Introdução. No Evangelho de Lucas, Jesus sai da Galiléia e vai na direção de Jerusalém. Agora, no livro de Atos, a igreja sai de Jerusalém e vai até os confins da terra.

 

A Igreja nasce recebendo o poder do Espírito. “Mas recebereis poder quando o Espírito Santo descer sobre vós; e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.” (Atos 1:8) O que temos aqui é uma relação abrangente da atuação  missionária da igreja: recebendo o poder do Espírito Santo, o povo de Deus recebe a capacitação de ser testemunha tanto em Jerusalém quanto em qualquer outro lugar, até os confins da terra. O entendimento correto aqui não é um avanço progressivo (primeiro aqui e depois ali), mas, sim, um simultâneo (uma vez aqui, também ali).

 

A Igreja espalha-se por toda a Terra. Jamais foi plano de Deus que o seu povo ficasse concentrado em um determinado lugar. Absolutamente. Se lermos Gênesis 11 veremos a tragédia de um povo que se reúne para “descobrir os mistérios de Deus”. Nisso, o próprio Deus resolveu espalhá-los: Gênesis 11:8: Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e pararam de edificar a cidade.” O povo de Deus precisa estar espalhado; quando isso não acontece, o próprio Deus providencia um meio para que isso aconteça e isso inclui a perseguição. O falecido Pastor Edson Queiroz costumava dizer que a igreja que não cumpre Atos 1:8 vai experimentar Atos 8:1: “No mesmo dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.”

 

A igreja opera milagres em nome de Jesus. Em Atos 3, temos outro episódio padrão: trata-se do primeiro milagre na época apostólica. Todos aqui iam ao templo em Jerusalém para pedir: Pedro e João a Deus, e o coxo aos homens. Os apóstolos pretendiam chegar à porta dos céus; o coxo tinha como seu limite a porta principal do templo subiam (com as próprias pernas); o homem coxo era colocado todos os dias à porta do templo. Uma porta que tinha o nome “Formosa”, mas que abrigava um homem que vivia e uma situação nada formosa. Um paralelo que é possível ser feito é com a igreja que vai ao templo, e os perdidos que estão do lado de fora do templo. Espera-se algum tipo de generosidade daqueles que possuem algum senso de espiritualidade. Alguém já disse que “a verdadeira espiritualidade é aquela que nos remete para fora”. Quando a igreja se fecha em si mesma deixa de ser espiritual, ela deixa de ser evangélica. Outro paralelo também: os apóstolos aqui representam uma igreja que não tem medo de dizer ao mundo: “olha para nós”. Para tanto, a igreja não pode portar-se de modo pequeno ou incoerente em relação ao que crê e vive. Cabe à igreja prestar um testemunho à sua comunidade que seja autêntico. A fala dos apóstolos foi contundente neste ponto.

 

Marcia Pinheiro – Equipe de Estudos e Resumos.

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