Judá e Jerusalém. Tristes Quadros

(Jeremias 1-10)

“Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.” (Jeremias 6.16)

“A Palavra do Senhor veio a mim” (1.4). Se havia uma mensagem e profecia a ser entregue, essa vinha do Senhor e só a Ele mesmo competia a sua responsabilidade. Jeremias sabia que era incapaz para a missão, mas de Deus viria as palavras de sua boca (1.6-9).

A mensagem profética começou reconhecendo que os erros de Israel eram enormes e, por isso mesmo, a catástrofe se avizinhava. Israel confiava que, por ter sido a nação eleita e guardar os rituais de culto em suas formas e nas estruturas do templo em Jerusalém, Deus os pouparia. Mas, o questionamento de Deus para a nação é direto: “Viste o que fez Israel, a rebelde?” (3.6). A acusação feita a Israel se baseava no conceito de aliança feita entre o povo e seu Deus. O Senhor havia escolhido e cuidado do povo fazendo-o uma nação, o que implicava um concerto, mas o povo escolheu seguir outros deuses, quebrando a aliança. A idolatria do adultério espiritual trazia consigo o próprio desmoronamento social. A falta de compromisso espiritual com o Deus que produz vida resultava em ruína completa e morte da sociedade.

Então, já que “Um desastre sobre outro se anuncia, porque toda a terra já está arrasada”(4.20), a advertência de Jeremias foi enfática: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Endireitai os vossos caminhos e as vossas ações {…}” (7.3).

Mesmo com o convite a endireitar o caminho e a ameaça de castigo, o povo se recusava a aceitar a correção. Acreditavam nas palavras enganosas de seus líderes que diziam mentiras em nome do Senhor, e deixavam que os verdadeiros profetas fossem devorados, endureceram os corações e não deram ouvidos à voz do Senhor, apesar de toda a advertência e castigo que o próprio Senhor trazia como formas de correção, mesmo assim, eles se recusaram a entender as circunstâncias (5.3; 7.28).

Eles eram incapazes de compreender a real gravidade da situação: “Pois a morte subiu pelas nossas janelas e entrou em nossos palácios, exterminando as crianças das ruas e os rapazes das praças” (9.21). A verdade era que, mesmo tendo uma aliança no passado, o pecado do povo tinha feito com que o Senhor os rejeitasse enquanto nação (7.29). O castigo viria por meio de um povo e nação que Deus traria sobre Jerusalém:

O objetivo divino em ordenar sua Palavra aos profetas nunca é apenas se vingar ou castigar o povo derramando sua ira, mas é chamá-los ao arrependimento, trazendo-os de volta à

comunhão. Assim também foi com a profecia de Jeremias (7.3), pois sempre foi o objetivo do Senhor ao enviar seus profetas: fazer com que o povo tivesse oportunidade de corrigir suas rotas e se voltar para Ele.

Nessa relação de anúncio profético, castigo e esperança, algumas condições deveriam ser observadas: Sinceridade do coração. Se a palavra do profeta é sempre um chamado ao arrependimento e à volta ao Senhor, esse movimento não pode ser feito com falsidade. A verdadeira aliança acontece nos corações e não apenas como ritual exterior (4.4).

Ainda hoje, Deus continua tendo interesse em atrair e corrigir o seu povo. Nunca foi a vontade do Senhor apenas derramar sua ira como um ato punitivo e vingativo. Ele é amor e isso deve estar sempre presente nas palavras proféticas.

Como está nosso coração? Estamos tendo um coração verdadeiro e sem fingimentos diante do Senhor?

Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

'Escrever um comentário';

*

Seu endereço de e-mail não será publicado.

© 2017-20 PIBRJ