Alerta de Deus visando restauração
(Ezequiel 31-40)
“Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei; apascentá-las-ei com justiça.”
(Ezequiel 34.15,16)
A notícia chegou ao profeta Ezequiel de modo alarmante e definitivo: “a cidade caiu” e ninguém conseguiu escapar ao cerco (33.21). Mas, mesmo diante do quadro de desgraça, o trabalho profético ainda não havia se encerrado. Pelo contrário, deveria ele tomar novos direcionamentos e continuar sendo o atalaia (33.7), ouvindo a palavra e anunciando ao povo a mensagem de advertência tanto ao justo como ao ímpio.
A intenção de Deus ao enviar seus profetas sempre foi que acontecesse o arrependimento e a volta aos caminhos corretos. Ele mesmo declarou não ter prazer na morte do ímpio, mas que “[…] o ímpio se converta do seu caminho e viva {…]” (33.11).
Quanto ao justo, o alerta seria para ele não confiar na sua própria justiça (33.12). Em vivendo uma vida de abominações, não seria a espada que o levaria a possuir a terra (v.26). Em todo caso, de nada adiantaria ouvir e não praticar as palavras enviadas pelos profetas (33.32). Se a vida de ambos estivesse sob a responsabilidade do profeta, então, quaisquer que fossem as decisões, tanto do ímpio como do justo, eles haveriam de reconhecer ”[…] que havia um profeta no meio deles” (33.33). Mas, se fosse o caso da palavra não ser acatada, a culpa não recairia sobre seu atalaia (33.9).
A palavra do Senhor continuou vindo a Ezequiel. Agora, ele deveria profetizar diretamente contra os pastores de Israel. A acusação começou com um lamento contra os pastores infiéis que estiveram liderando as ovelhas (34.2). Em vez de cuidar e zelar do rebanho, eles desprezavam o rebanho e apenas estavam se aproveitando dos recursos disponíveis para o proveito próprio (34.3). Também, não cuidavam das que careciam de atenção específica, mas apenas as dominavam (v.4).
Deus sempre demonstrou interesse significativo pelo seu rebanho e cobrou dos seus líderes espirituais – quer pastores, quer profetas – que eles também cuidassem do rebanho a eles confiado. Para que o rebanho não permanecesse abandonado, o Senhor se comprometeu a que, por fim, todos teriam um só pastor; andariam nos seus juízos, guardariam os seus estatutos e obedeceriam a eles (37.24) e que, para isso, Ele mesmo se ocuparia no cuidado pastoral das ovelhas (34.15).
Depois de todas as advertências e abominações anunciadas, o Senhor levou Ezequiel a um vale cheio de ossos muito secos (37.1,2). A visão era aterradora. Aquela visão demonstrava bem a situação em que o povo se encontrava na Babilônia: como um grande número de ossos sem vida que enchiam o vale (37.11). Mas, o profeta foi levado até ali pelo Espírito do Senhor para algo começar a mudar. Ali, entre aqueles ossos no vale, iniciou-se um diálogo entre Ezequiel e o Senhor e, dessa conversa, Deus demonstrou como seria a restauração dos exilados (37.3). Ezequiel tinha consciência que o destino de homens e mulheres pertence unicamente ao Senhor e que somente Ele pode saber o que haveria de acontecer àqueles ossos e a seu povo.
O diálogo prosseguiu com uma instrução direta “[…] Profetiza sobre estes ossos {…}” (37.4). A obediência de Ezequiel em falar as palavras da profecia como lhe foi ordenado fez começar o processo de restauração dos ossos no vale (37.7). A iniciativa da palavra profética é sempre do Senhor – nunca do próprio profeta – e quando esse se dispõe a ser fiel, Deus honra e faz cumprir sua palavra. Deus estava indicando que, da mesma maneira, abriria as sepulturas do seu povo e os traria de volta à terra de Israel (37.12). E mais que isso, daria-lhes um novo coração e espírito – 0 seu próprio Espírito (36.26,27). A obra de restauração que o Senhor faz sempre é completa.
As razões e intenções do senhor deveriam ficar bem estabelecidas: “[…] não é por vossa causa que faço isso, diz o Senhor Deus” (36.32). A motivação seria outra: “[…] Mas eu os pouparei por amor do meu santo nome {…]” (v.21). O Senhor levantaria um só pastor para o povo (34.23) e derramaria chuvas de bênçãos (v.26); mas faria isso unicamente por causa do seu santo nome (36.22). Porque Deus fez um juramento em relação àquele povo e se comprometeu a estar com eles em quaisquer situação (36.9), o Senhor estava entregando a promessa por meio do profeta (v.24). Da mesma maneira, Ele mesmo providenciaria todo o processo de purgação das iniquidades (v.25). Então, finalmente, seria estabelecido um novo relacionamento entre Deus e o povo em que o Senhor se permitiria novamente ser consultado pela casa de Israel (36.37).
Conclusão: Mesmo que o cenário fosse de completa destruição, o Senhor ainda seria capaz de restaurar à vida os mortos e colocar neles um novo coração. E que em tudo isso o seu nome fosse santificado entre todas as nações. Ainda hoje, Ele faz isso.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.