Uma História Para Ser Lembrada

(Rute 1-4)

“Disse, porém, Rute: Não insista para que eu a deixe nem me obrigue a não segui-la!
Porque aonde quer que você for, irei eu: e onde quer que pousar, ali pousarei eu. O seu

povo é o meu povo, e o seu Deus é o meu Deus.”

(Rute 1.16)

A história dessa família é de tragédia. Ela caracteriza-se pelo que há de mais triste e
desolador. Primeiro foi o exílio, saíram de Belém e foram morar em Moabe. O comentarista
Genevaldo Bertune afirma que “tiveram perda do vínculo familiar, econômico e religioso”.
Noemi fica viúva e desamparada em uma terra estranha (inimiga do seu povo).
Com a morte de seus dois filhos, Noemi conversa com suas noras para que fiquem em
Moabe e não sigam viagem para Belém. Rute faz uma declaração clássica (Rt 1,16,17). Foi
uma escolha pessoal, ninguém forçou Rute a tomar a decisão de ir com Noemi, foi pelo
amor que ela tinha a Deus e à sua sogra. Essa decisão mostra que, mesmo diante da
tragédia, era possível buscar a unidade. Deus estava no controle da história. Elas chegam a
Belém no início da colheita da cevada.
É interessante que Noemi ao chegar em Belém de Judá diz para ser chamada de Mara
(amargo) e explica o motivo “[…] pois o Todo-poderoso tornou a minha vida muito amarga”.
Toda a cidade se comoveu por causa delas. Comoveu aqui no texto é no sentido de
fazerem comentários maldosos, condenatórios.
Quem era Boaz? Um judeu, morador de Belém e pertencente à tribo de Judá. Ele era rico e
um respeitado proprietário de terras em Belém (2.1). Rute vai trabalhar no campo de Boaz
(2.2-3). O texto bíblico fala de respigar (o que os colhedores deixavam cair ou não
percebiam era um costume antigo por lei (Lv 19.9,10;23.22; Dt 24.19-22). A prática era uma
instituição civil em benefício dos pobres, especialmente viúvas, dos órfãos e dos forasteiros.
Rute toma a iniciativa de trabalhar, e trabalhou no Campo de Colheita de Boaz, desde
manhã até a tarde, e ela nem o conhecia. Boaz ao conhecer a história de Rute a trata com
generosidade, como um cavalheiro, e insiste para ela não colher em outro campo. Também
providenciou comida e bebida e supriu outras necessidades. Ao perguntar a Boaz porque
ele estava sendo generoso com ela, a resposta dele foi: “Que o Senhor recompense o que
fizeste […]” (2.12).
O encontro de Rute e Boaz com certeza não era casualidade, é a providência divina na vida
daqueles que estão no centro da vontade de Deus. Noemi, preocupada com o futuro de sua
nora Rute, pede a ela que procure Boaz na eira (local de terra batida ao relento), e usa uma
estratégia (3.1-14). Na verdade, Boaz era o parente remidor, que era o que exerce o direito
de compra da propriedade do falecido. Boaz afirma que havia um outro mais chegado que
deveria ser o remidor (3.12). Boaz conversa com ele que concorda em redimir a terra, mas

quando Boaz diz que no dia que ele adquirisse as terras de Noemi, também estaria
adquirindo como esposa Rute, a moabita, que foi mulher do falecido, para preservar o nome
dele na herança. Diante desta situação o remidor abriu mão de comprar a terra e Boaz
torna-se o remidor. (Rt 4.1-12). Da união entre Boaz e Rute nasceu um filho, deram-lhe o
nome de Obede, esse foi pai de Jessé e avô de Davi.
Conclusão: A história da humanidade não é feita de coincidências e nem de puro acaso. O
papel de Boaz como parente remidor é o mesmo termo aplicado à atividade de Deus. Ele
redimiu o povo de Israel. Pr. Genevaldo Bertune em seu livro “Sua família é um projeto de
Deus” comenta: “Sua família não pode fracassar. Ela é um projeto de Deus”. É interessante
ver que a escolha de Rute foi vitoriosa, ao passo que Órfa sua cunhada, não é mais
mencionada. Nossas escolhas fazem total diferença em nossas vidas. Rute escolheu ser fiel
a sua sogra e desejo de seguir o Deus de Israel.
Essa história nos mostra que o importante não é começar bem, o importante é terminar
bem. Que possamos fazer história, uma história que vale a pena ser contada, como foi a de
Rute e Noemi.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos.

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