A Contextualização da Igreja
(Efésios 2:11-22)
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da
família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular, no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para
santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados
para habitação de Deus no Espírito.” (Efésios 2:19-22)
Introdução. Paulo tem a clara preocupação de contextualizar a igreja sem descaracterizá-
la. Cada época tem seu próprio contexto, com ambiente peculiar à cultura de sua época.
A identidade da igreja delimita sua contextualização (Ef 2:11-13). A igreja para se
contextualizar não precisa ser conforme o mundo, pois ela tem sua própria identidade.
Jamais precisará se apropriar de métodos, conceitos, ou valores do mundo, porque a
maneira de ser do mundo não se coaduna com a igreja do Senhor com a igreja do Senhor
(Tg 4:4). Jesus nos diz em João 15:19 que “[…] o mundo vos odeia porque não sois do
mundo […]”.
A igreja se contextualiza nas suas relações (Ef 2:14-17). Uma das amargas
consequências do pecado é instaurar a inimizade como estilo de vida da humanidade. Por
causa do pecado os homens não conseguem ter uma relação harmoniosa consigo mesmos,
com o próximo e nem com Deus. A intervenção divina na humanidade busca desfazer todas
essas inimizades e promover a paz: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele” (Is
53:5). Observe o que o texto diz: em seu corpo (Cristo Jesus) foi desfeita a separação entre
israelitas e gentios (v.14). A partir de Jesus não há mais separação ou qualquer tipo de
distinção entre os homens, o apóstolo declara em Romanos 10:12. Pela morte de Cristo,
somos um único povo, sob a mesma régia da imensurável graça de Deus. A destruição das
barreiras culturais, ideológicas, religiosas e econômicas entre os homens só é possível na
cruz.
Uma igreja contextualizada não deixa de exaltar a Cristo (Ef 2:18-20). A igreja
contextualizada é aquela que sabe o quão longe estava de Deus e como a graça dele a
trouxe para perto em definitivo. Ser uma igreja contextualizada não significa colocar o
mundo e seus valores nela, mas é colocar a igreja, seus princípios e valores no mundo.
Influenciar, sim; ser influenciada, jamais. “E não vos amoldeis ao esquema deste mundo,
mas sede transformados pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2). Primeiramente, hoje
temos livre acesso ao que era inacessível. A comunhão, outrora quebrada pelo pecado foi
refeita, por meio do sacrifício de Jesus. Em segundo lugar, a conquista da nossa cidadania
celestial e membresia da família de Deus tem um protagonista central, a saber: Cristo
Jesus, ou seja, não existem méritos, ou ancestralidades que nos façam dignos de tal
cidadania.
Uma igreja contextualizada, mas fundamentada na revelação (Ef 2:20, 21). A igreja não
está em processo; ela já é o que é: Igreja do Deus vivo. Ela está fundamentada na
revelação divina, que se deu pelo menos de três maneiras: a revelação natural, que é pela
natureza, e a cognição dos homens (Rm 2:15); a segunda maneira seria a escrita (Hb 1:1)
por meio das Escrituras Sagradas; a terceira, a revelação especial e perfeita que é Jesus
(Jo 1:14).
Conclusão. Não podemos esquecer que igreja não é um prédio, mas o povo que ele
mesmo adquiriu com seu sangue. Uma igreja sob a ação do Espírito é o lugar de sua
morada.
Marcia Pinheiro – Equipe de Estudos e Resumos