Escolhendo a forma de Governo
(Deuteronômio 17.14-20; 1 Samuel 1-10)
“Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele.”
(1 Samuel 8.7)
O livro de Samuel sucede ao período final dos juízes. O livro de juízes encerra alertando que o povo fazia o que bem entendia e, se na teocracia o sistema de governo era divino, na monarquia seria humano, e esse período começa com o nascimento de Samuel.
Ana era uma das esposas de Elcana. Ela não tinha filhos e isso fez com que sofresse nas mãos de Penina, com quem Elcana tinha filhos. Elcana amava Ana e uma vez por ano ia a Siló para adorar ao Senhor e dava a cada um uma porção do seu sacrifício, porém, a Ana dava o dobro, pois ela não se conformava em não ser mãe.
Adorando em Siló, Ana amargurada, orou ao Senhor e chorou copiosamente pedindo-lhe um filho. Fez, então, um juramento para que Ele atendesse para o seu sofrimento e, caso fosse atendida, seu filho seria consagrado para o ministério e seu cabelo não seria cortado. Podemos aprender uma grande lição com Ana: devemos consagrar nossos filhos ao Senhor.
Ana orou tanto que o sacerdote Eli pensou que ela estivesse embriagada, quando, na verdade, andava atribulada. O Senhor, lembrando-se de Ana, atendeu sua petição e ela ficou grávida. Às vezes, nossas orações são rasas, superficiais e automáticas; oração é relacionamento, comunhão e intimidade com o Senhor. Samuel nasceu. Seu nome reflete bem o sentido de sua própria história: “Eu o pedi ao Senhor”.
Muitos dizem que irão dedicar a vida dos filhos ao Senhor, todavia, não é o que observamos. Os filhos hoje são preparados para serem os melhores profissionais antes de serem missionários, muitos têm negligenciado a educação espiritual dos seus filhos, pedem a Deus e consagram ao mundo.
Samuel andava com Deus e ouvia a sua voz e o próprio Eli reconhecia isso (1Sm 3.18b). Quando andamos com Deus, as pessoas ao nosso redor percebem e somos confirmados perante todos que, de fato, estamos andando com Ele. Samuel foi reconhecido como profeta por todos.
Onde estamos depositando a nossa confiança? Mesmo sabendo que humanamente era impossível vencer os filisteus, o que levou o povo à derrota foi o seu afastamento de Deus, que culminou na sua idolatria. Os filisteus massacraram Israel, e o povo ainda pensou que Deus os abandonara. Na cabeça deles, o que faltava era a presença da arca no meio da batalha, estavam servindo a arca ao invés do senhor. A religiosidade nos faz pensar que objetos, lugares e sacrifícios são símbolos de uma vida com Deus. No entanto, somos apenas instrumentos usados por Deus para anunciar sua mensagem, não há poder em nós e nem no que usamos para o serviço do reino.
Esse entendimento faltava para o povo de Israel e isso os levou à derrota novamente. Levaram a arca e os filhos de Eli foram mortos, além do número de mortos ser cinco vezes maior que o confronto anterior.
De idade avançada, Eli também morreu e antes disso acontecer, seu coração estava temeroso por causa da arca. O curioso é que todos estavam preocupados com a arca, contudo estavam olhando para o lugar errado, não era a arca a razão das vitórias. Muitos estão presos à religiosidade e não conseguem se desfazer de suas “arcas”, carregam-nas para todos os lugares simbolizando intimidade. Os filisteus temiam a arca pelo que ela representava e não que ela tivesse algum poder. Até os filisteus enxergavam isso. Haja visto que até seus deuses falsos se prostraram diante da arca.
A derrota não aconteceu por causa do exército dos filisteus, mas por causa da idolatria. Samuel convocou o povo ao arrependimento, chamando-os para se voltarem para o senhor e abandonarem seus ídolos e que servissem apenas ao Senhor.
Quando nos arrependemos e abandonamos o pecado, o Senhor é misericordioso para conosco e eis que tudo se faz novo.
O povo tem memória curta, o tempo passou e Samuel, já envelhecido, não deixou um sucessor exemplar, mesmo seus filhos não andavam nos mesmos caminhos e isso levou o povo a solicitar um rei para que governasse como acontecia nas nações vizinhas. Samuel orientou o povo como deveria ser o rei, mas não deram ouvidos a ele e decidiram que seria segundo os seus preceitos e escolheram Saul.
Conclusão: Nosso coração é enganoso. Para todas as nossas decisões, precisamos consultar o Senhor para saber qual a sua vontade e não esquecer dos nossos votos feitos a Ele.
Catarina Damasceno – Equipe de Estudos e Resumos