Pr. João Soares da Fonseca

Áudio Pastoral

Li, na revista Seleções, que numa igreja rural no Kentucky, Estados Unidos, um garotinho estava fazendo bagunça na hora do culto. O pai, para ensinar-lhe uma lição, colocou o menino debaixo do braço e saiu enfurecido do santuário, a fim de disciplinar o menino lá fora. Ninguém na congregação deu muita importância, já que a cena era normal. Mas todos prestaram atenção, quando o menino disse em alta voz: “Irmãos, orem por mim. Agora!” (Jean McMAHON, Reader’s Digest, Abril de 1980).
Crianças ou adultos, todos nós sabemos quando é hora de ir a Deus em oração. A Bíblia fala de um homem chamado Jairo, que atravessava profunda angústia: sua filha estava doente em estado terminal, e Jairo não sabia exatamente o que fazer. Assim, em seu desespero, ele correu para Jesus, apesar de Jesus e Jairo terem até ali muito pouco em comum (Marcos 5.21-24; 35-43).
Como deve ser triste ser obrigado a manter distância do seu deus! Você oferece culto a ele, adora-o, reverencia-o, oferece-lhe sacrifícios, mas precisa ficar longe, ou precisa fugir da presença dele, se quiser viver. Os deuses do paganismo não se caracterizavam apenas pela falta de misericórdia, mas também pela profunda indiferença diante dos dramas humanos. Eram deuses que não conheciam a palavra solidariedade. Cito Marduque, o principal deus da Babilônia, que era também o principal tormento dos babilônios. Sob seu governo, os seres humanos eram criados apenas para carregar os fardos da vida, enquanto os deuses viviam no conforto de uma vida ociosa.
O nosso é um Deus acessível (Isaías 55.6; Atos 17.27). Aliás, ele mesmo tomou a iniciativa de se aproximar de nós. Ele mesmo eliminou as barreiras que nos distanciavam dele. E ao invés de relaxar numa rede enquanto gememos sob os nossos fardos, o Deus Vivo nos desafia a transferir para ele as nossas cargas. Não é o que diz o Salmo? “Lança o teu fardo sobre o Senhor, e Ele te susterá” (Sl 55.22).

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