Pr. João Soares da Fonseca

Áudio Pastoral

O grego Diógenes de Sinope (413 a.C. – 323 a.C.), também conhecido como Diógenes, o Cínico, é considerado o mais folclórico dos filósofos da antiguidade. Rebelando-se contra as convenções da sociedade do seu tempo, vivia mendigando nas ruas e dormia num barril, rodeado de cães. Por isso, há quem sugira que a palavra cínico derive da palavra cão em grego.
A história mais famosa que dele se conta é que vivia caminhando pela cidade, portando uma lamparina acesa durante o dia. Quando lhe perguntavam por que a lamparina acesa, respondia que estava à procura de um homem que fosse honesto.
A corrupção do coração humano se manifesta de múltiplos modos, e não leva em conta tempo, nacionalidade, religião, condição social, sexo, idade… Por se instalar no interior da gente, a corrupção compromete nossos mais elevados ideais e torna árdua a convivência entre as pessoas.
Davi, por exemplo, constatou que a corrupção reinava em seu redor. Diz ele, no salmo 12, que as pessoas mentiam (v. 2a), se bajulavam (v. 2b), se enganavam (v. 2c), eram arrogantes (vv. 3-4), eram espiritualmente rebeldes (v. 4) e exploravam o pobre (v. 5). Tal realidade levou o salmista a admitir que a piedade andava sumida da terra: “Salva-nos, SENHOR, pois não existe quem seja fiel; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens” (v. 1). Apesar dos três milênios que nos separam de Davi, o cenário de corrupção do seu tempo é incrivelmente atual. Ou seja, o tempo passa, mas nós não melhoramos. Apesar de todo esforço jurídico e policial contra corrupção em nossa terra hoje, parece que a cada dia ela se aperfeiçoa e se qualifica, com requintes de criatividade. “Quando a corrupção é enaltecida entre os filhos dos homens, os ímpios andam livremente por toda parte” (v. 8).
O salmista conhece o remédio, porém. A palavra de Deus (v. 6), proclamada e personificada, gerará um povo que combaterá a corrupção. Ela é a nossa esperança!

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