Pr. João Soares da Fonseca
Na madrugada do dia 20 de abril de 1997, Galdino Jesus dos Santos, índio pataxó, estava em Brasília para as comemorações do Dia do Índio. Ele se perdera na noite de Brasília e, ao chegar tarde à pensão onde estava hospedado, foi impedido de entrar. Teve que dormir no abrigo de um ponto de ônibus. Cinco jovens da classe média passeavam de madrugada de carro pelas ruas e, sem algo interessante pra fazer, resolveram atear fogo ao corpo do que pensavam fosse um mendigo. Alegaram que fizeram aquilo “apenas de brincadeira”. Em seu desespero, o índio gritava: “Alguém me ajude, pelo amor de Deus!”. Levado a um hospital, não resistiu e morreu.
Uma revista francesa publicou certa vez uma lista dos dez esportistas que mais faturam no mundo hoje. Entre os 10, quatro são lutadores de boxe. O falecido cronista Armando Nogueira, que foi quem registrou a informação, perguntava: “Não te parece estranho, caro leitor, que o esporte mais cotado seja precisamente aquele cuja meta é a ruína física do semelhante?” (JB 19-03-2000).
Os crentes têm motivos mais nobres para celebrar. O salmista disse: “A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti” (Sl 16.2). Se Deus não for a nossa maior alegria, certamente sairemos pela vida fora improvisando substitutos. O vazio deixado pela ausência de Deus faz o homem cavoucar falsas alegrias.
Ao “negociar” com Faraó a saída de Israel do Egito, Moisés disse: “Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êxodo 5.1). A vida com Deus é isso: uma festa plena de alegria.
Quando os setenta discípulos retornaram alegres por terem cumprido a sua missão, Jesus lhes disse: “...não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lucas 10.20). Se alguém não vibra com o fato de ter sido resgatado das trevas, é de duvidar se de fato foi. Onde está a sua alegria?