Pr. João Soares da Fonseca
A Verdade É Imortal
O alemão Baltasar Hubmaier (1485-1528), doutor em teologia, foi queimado na fogueira da intolerância religiosa numa praça de Viena, no dia 10 de março de 1528, sob o olhar de centenas de curiosos.
Pela gravidade da pena a gente poderia se perguntar: o que fez ele de execrável para merecer castigo assim cruel?
Um dos líderes do movimento anabatista na Alemanha, Hubmaier fora acusado por Zuínglio, o reformador suíço, de defender o batismo por imersão. E ia mais além: batismo só para os que creem em Cristo como Salvador. Veja você: uma doutrina, que hoje é consensual para a maioria dos evangélicos, foi a razão de um homem morrer queimado em praça pública.
Preso por isso, Hubmaier foi torturado no cavalete, antigo instrumento de tortura, tipo uma mesa em que as mãos eram presas atrás da cabeça e os pés presos na outra extremidade.
Por algum tempo, Hubmaier ficou detido na masmorra do Castelo de Gritenstein, ocasião em que redigiu uma declaração de fé, que enviou ao rei, defendendo as doutrinas e práticas do Novo Testamento. O rei reagiu, condenando-o à fogueira.
Orientando-se pelo princípio da obediência total às Escrituras, escreveu: “…em todas as questões envolvendo fé e religião, apenas a Escritura, nascida da boca de Deus, deverá ser a nossa medida e a nossa regra”. Sua frase predileta era: “A verdade é imortal” (Die warheit ist untödlich).
Da teoria passou à prática: com outros 60 irmãos, foi batizado por imersão no domingo de Páscoa de 1525. Logo, outras 300 pessoas seguiram o seu exemplo.
Em 1524, casou-se com Elizabeth Hügline, que nos últimos momentos na fogueira o exortava a permanecer firme. Três dias depois de sua execução, Elizabeth também foi condenada. Com uma pedra em torno do pescoço, foi afogada no Rio Danúbio.
À Igreja de Esmirna, Jesus disse: “Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10). Hubmaier foi fiel. Sua esposa também