Pr. João Soares da Fonseca
Este foi o título de um livro, publicado em 1954, e que depois se tornaria filme. William Golding (1911-1993), autor inglês, acabou recebendo o Prêmio Nobel de Literatura em 1983.
Nesse livro, Golding descreve ficcionalmente um acidente.
Durante a Segunda Guerra, um avião inglês cai no Oceano Pacífico. Imediatamente, os adultos morrem, mas alguns meninos se salvam e vão habitar numa ilha deserta. Com a passagem do tempo, os meninos, que têm entre 5 e 12 anos, vão esquecendo a educação, a gentileza, o respeito, tudo que aprenderam em família. Desbota-se o verniz daquela que era tida como a melhor civilização, a inglesa, e os meninos afundam na barbárie. Do meio para o fim, o livro e o filme deixam de ser um romance de aventura para se transformar em história de terror. Os meninos se dividem, se odeiam, fazem guerra entre si e se matam. É incrível como simples meninos, em pouco tempo, se tornam um bando de bárbaros.
A lição primeira e óbvia é que a lei e a ordem são necessárias, se quisermos construir uma sociedade minimamente tolerável. E a razão é simples de entender. Basta atentar para o ensino claro de Jesus no Sermão do Monte: “Se vós, sendo maus…” (Mateus 7.11). Segundo Jesus, nós somos maus. Contra todo o otimismo água com açúcar que nos é apresentado por algumas correntes religiosas, somos maus. Se o ser humano for deixado solto, sem as censuras da consciência, sem o freio da família, sem o incentivo da igreja e sem os mecanismos sociais inibidores do crime, o que surgirá daí é algo monstruoso, quase inacreditável. A Bíblia deixa evidente que a natureza humana é defeituosa, e o defeito vem de fábrica: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51.5). Sem as restrições da civilização, a natureza humana produzirá anarquia, violência e morte. E esse quadro não é animador!