Pr. João Soares da Fonseca
Quer Paz?
Ter paz, viver em paz, dormir em paz, acordar em paz, trabalhar em paz, morrer em paz… sejamos sinceros: não é o sonho de todos? Mas será que todos conseguem? Ou sofrem, como o célebre historiador britânico, H. G. Wells (1866-1946), que disse: “Aqui estou eu, aos sessenta e cinco anos de idade, e ainda procurando a paz”.
Você tem paz? Ou vive como os famosos de Hollywood ou do Plimplim, que o tempo inteiro mudam de cônjuge, de religião, de país…?
Jesus disse aos que o seguiam: “Deixo-vos a paz…” (João 14.27).
O que é paz?
Ao tentar responder a esta pergunta, é inevitável nos lembrar da clássica ilustração dos dois quadros finalistas para descrever a paz: num, a paz é um cenário de tranquilidade, céu azul, lago de águas cristalinas, dois cisnes deslizando sobre o espelho das águas, uma igrejinha ao fundo… e se fosse uma apresentação de Datashow, teria um recado assim “Ligue o som”, e você ouviria uma música de fazer dormir, de tão relaxante.
O outro quadro, no entanto, descrevia um cenário turbulento: um rio caudaloso, com uma formação em cachoeira, as águas despencando e fazendo um barulho assustador. Do lado da cachoeira, o artista pôs uma árvore, cujos galhos se estendiam por sobre a turbulência das águas. Num dos galhos, justamente sobre a queda-d’água, podia se ver um ninho; e dentro dele, um passarinho sossegado e tranquilo. Este segundo quadro ganhou o prêmio.
Muita gente confunde paz com ausência de problemas. É a paz do lago de águas paradas. Quando Jesus disse “Deixo-vos a paz”, ele estava se preparando para enfrentar a pior prova de sua vida, a cruz. Mesmo assim, ele fala de paz. Portanto, paz não é calmaria, não é ausência de ventos contrários. É serenidade, mesmo que estejamos atravessando as piores tormentas da vida. Uma paz assim não se conquista com dinheiro, fama, viagens, amigos, troféus… Ela vem de cima, de Deus, que a derrama suavemente em nossos corações.