Pr. João Soares da Fonseca

Sob o Império da Amargura

O dia de hoje registra um aniversário que ninguém (ou quase) quer celebrar. No dia 1 de setembro de 1939, as tropas de Adolf Hitler invadiram a Polônia, dando assim início à Segunda Guerra Mundial. Foi o conflito que envolveu o maior número de soldados em toda a história: mais de 100 milhões, inclusive 25 mil brasileiros.  Foi a guerra que mais matou civis, haja vista o número assustador de 6 milhões de judeus, levados como cordeiros para um matadouro à base de câmaras de gás. Até agora, foi a única vez em que se usaram armas nucleares. Foi a guerra que mais vidas ceifou; os números variam entre 60 milhões e 80 milhões.

Derrotada na Primeira Guerra (1914-1918), a Alemanha foi obrigada a assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes em condições humilhantes: perda de 13% do seu território e todas as suas colônias ultramarinas, pagamento de indenizações e limitação do poderio de suas forças armadas.

Num certo sentido, podemos dizer que a Segunda Guerra foi resultado da cultura do ressentimento. O império da amargura alimentou nos vencidos um desejo de vingança, que mais dia, menos dia, acabaria por engaiolar a pomba da paz.

As mágoas não são pecados irrelevantes, como podem parecer à primeira vista. Vão aos poucos assumindo o controle da vida de uma pessoa, ampliando cada vez mais os seus domínios. É por isso que o autor de Hebreus aconselha: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hebreus 12.15).

Os que vivem sob o império da amargura facilmente concordarão com Georges Clemenceau (1841-1929), estadista francês, que ensinava: “Fazer a guerra é de longe mais fácil do que fazer a paz”. Mas aquele que se orienta pelo Espírito de Deus se compromete a ser agente da paz. “Recorre à oração, evita a guerra…”, como diz o hino 162 (Cantor Cristão).

Bem-aventurado é você, pacificador!

 

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