Pr. João Soares da Fonseca
O herói da independência indiana, Mahatma Gandhi (1869-1948), viveu quase 22 anos na África do Sul. Contam que foi ali que teve a seguinte experiência:
Tendo lido os evangelhos, ficou empolgado com o Sermão do Monte. Dirigiu-se a uma Igreja, porque pensou: O cristianismo tem a solução para o problema das castas na Índia. Arrumou-se, e procurou um templo. Mas à porta da igreja foi detido pelos recepcionistas, que, sem qualquer constrangimento de consciência, ou mesmo de etiqueta, lhe disseram: “Meu senhor, esta é uma igreja de brancos, para brancos. Procure uma igreja de sua própria raça!”.
Jesus denunciou a hipocrisia dos fariseus, os religiosos do seu tempo, citando uma passagem do profeta Isaías. Jesus disse: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15.7,8). Se é o nosso culto é só de lábios, já não é honra, é desonra. Estamos honrando a Jesus apenas com os lábios?
Há muito tempo, o filósofo Nietzsche, padroeiro de plantão do ateísmo contemporâneo, formulou um desafio aos crentes com estas palavras: “Mostra-me que és um redimido, e eu crerei no teu Redentor”.
Ao verem alguns crentes agindo pior que um incrédulo, os incrédulos perguntam, e, neste caso, com toda a razão: Será que o evangelho é mesmo poderoso? Será que essa doutrina serve para alguma coisa?
Dizemos que o evangelho é solução para os problemas do homem. Mas nossas falhas deixam enorme interrogação na mente do povo sem Deus: Será que Deus é isso mesmo que eles dizem?
O cristão é, pois, o cartão de visita do cristianismo. O melhor marketing para a igreja não é um outdoor, é você; o melhor marketing para a igreja não é TV, é você; o melhor marketing para a igreja não é um rádio, é você. Outdoor, TV e rádio são excelentes instrumentos de comunicação, sim, mas nada supera o testemunho poderoso de uma vida santa.