Pr. João Soares da Fonseca
Dentre as várias espécies de formigas que habitam o solo brasileiro, uma se chama saúva. “Elas cortam pedaços de folhas e carregam para os ninhos a fim de criar os fungos, que são o seu único alimento. No Brasil, são uma das mais importantes pragas agrícolas. São também conhecidas como: cabeçuda; cortadeira; carregadeira; maniuara; formiga-da-roça; etc. Pertence à ordem Hymenoptera, família dos Formicídeos, gênero Ata” (https://www.dicionarioinformal.com.br/sa%C3%BAva/).
Delas, os dicionários ainda dizem: “Espalham-se por todo o Brasil e constituem uma das maiores pragas para a lavoura. Essa praga, de tão poderosa, levou o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) a emitir uma frase que se tornou famosa: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil” (https://www.dicio.com.br/sauva/). Isso foi em 1822. Mas na década de 40 do século XX, a frase virou lema de uma campanha do Ministério da Agricultura.
A verdade é que o tempo passou: nem o Brasil acabou com a saúva, nem a saúva acabou com o Brasil. Ou seja, tratava-se do que os filósofos chamam de “falso dilema”.
Como falsa também foi a previsão, que ouvi de um famoso pregador em 1979. Dizia ele num encontro de pastores: “Dentro de 20 anos, ou o Brasil será totalmente comunista ou totalmente espírita”. Arrepiei-me ao ouvir essa frase. E sendo pronunciada por um dos melhores pregadores que os batistas brasileiros já produziram, saí emocionalmente arrasado daquele encontro. Não se passaram apenas 20 anos, mas 41. Graças a Deus, a profecia não se cumpriu.
O sensacionalismo de certos exercícios de futurologia pode até nos impactar. Mas isso não deveria nos assustar nem tirar o sono. Pois, como afirmou Benjamin Disraeli (1804-1881), “a pior tortura que pode sobrevir à mente humana é a antecipação de calamidades que jamais ocorrerão”. Daí Paulo dizer: “Não andeis ansiosos por coisa alguma…” (Filipenses 4.6).