ALGUNS MOMENTOS ESPECIAIS

(Marcos 8)

“Então, lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.”

(Marcos 8:29)

As necessidades sempre conduziam as multidões a Jesus, que fazia milagres e saciava a alma de todos os que o escutavam. O registro de Marcos nos proporciona lições maravilhosas para as ações da Igreja no mundo.

Assim como aquele povo, muitos que orbitam em torno da igreja têm grandes necessidades materiais. É certo que o papel da igreja é espiritual, mas não a isenta de atender materialmente o povo. Assim como Jesus, a igreja não está para realizar assistencialismo social, mas a ordem do Mestre, que sente compaixão, é sensibilizar a igreja para a necessidade do povo. Assim como os discípulos, nós também contra-argumentamos que a demanda é muito maior do que possamos resolver, por não termos recursos suficientes. Todavia, as limitações não o impediram de fazer.

Jesus, ao chegar à região da Dalmanuta, se depara com uma situação de incredulidade e petulância que causa indignação. O texto diz que Jesus respirou profundamente diante da imposição dos fariseus para crer Nele (v.12). A própria vida, a visão, audição, o respirar, o deitar e levantar e tantos outros sentidos que temos e toda a natureza criada é, sem dúvida, um sinal mais que suficiente da bondade Dele para conosco todos os dias, e ainda queremos um sinal? Jesus se retira para não promover qualquer tipo de reivindicação ou exigência humana para aquele que é o Emanuel em pessoa.

O texto sagrado diz que os discípulos esqueceram das provisões para a viagem, e Jesus tinha acabado de multiplicar pães e peixes. Jesus chama os seus, para que ficassem atentos ao sucesso rápido e soluções fáceis na vida. Jesus os adverte: “Atenção, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (v.15). O fermento sempre é visto como o mal, sua ação é silenciosa e invisível, compromete o todo e não só uma parte, quando cresce, dá visão de aparente grandeza e volume. O fermento dos fariseus era uma referência clara à ostentação religiosa pelos ritos e tradições da época, que se consideravam uma elite espiritual entre os pecadores. Para religiosos (fariseus) e políticos (Herodes), o reino de Deus era um reino terrestre baseado no poder e na grandeza das coisas daqui. O fermento é a tentativa humana de investir na aparência, de manipular resultados ignorando a retidão, integridade, e ação de Deus. Para os erodiamos, fariseus e a modernidade, o empenho humano é determinar para dar pleno sentido à vida, baseando-se na desenvoltura humana e não na maravilhosa graça de Deus. Muitas igrejas hoje “vendem” esse fermento como solução para todos os problemas. Muito cuidado com isso.

Podemos ver uma bela aplicação para os seguidores de Cristo neste mundo. Percebemos uma alusão com aquilo que está por vir. Não compreendemos o significado de muitas coisas que ocorrem no nosso dia a dia. Somos semelhantes àquele cego que via os homens “como árvores, andando”. Em breve, chegará o tempo em que veremos de “modo perfeito”.

Jesus funda sua igreja e estabelece marcas imprescindíveis que jamais podemos esquecer, uma delas é: Quem é Jesus. Não importa o que os outros pensem e digam sobre Ele, o que importa é o que sua igreja vivencia com o seu Senhor e Deus. A igreja deve ter a convicção (v.29), que evidencia Jesus como o Cristo (grego), no NT, e Messias no AT. Tal convicção é decorrente da experiência pessoal, a partir do novo nascimento. A centralidade do evangelho reside no fato que Jesus foi entregue antes da fundação do mundo (2Tm 1.9). A morte de Jesus não foi uma intercorrência do mal contra o bem. As trevas, em momento algum, assumiram o controle, as autoridades religiosas ou o diabo não capturaram e mataram Jesus, Ele se entregou pois fazia parte dos planos divinos moê-lo (Is 53.10).

Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado, morto e depois de três dias ressuscitasse (v.31). Pedro, que antes declarou peremptoriamente que Jesus era o Cristo, se sente no direito de moldar os insondáveis planos de Deus conforme sua medíocre percepção do que seria melhor (v.32). Jesus desconstrói a ideia de um reino político à semelhança de César, e apresenta princípios e valores espirituais eternos, que o Cristo de Deus diverge em tudo das concepções do mundo dos homens e dá um ensinamento exclusivo para os seus, dizendo que a vida com Ele tem suas particularidades: Negar-se a si mesmo (Gl.2.20); Tomar a Cruz (Gl 6.14); Segui-lo (1Jo 2.6).

A modernidade promove um evangelho “gospel” que tem mais a ver com o mundanismo do que com os valores da eternidade. Todavia, o evangelho do reino já tem uma proposta de estilo de vida que é inegociável.

Mesmo diante de tantos sinais, muitos permanecem indiferentes ao amor de Deus, condenando-se a si mesmo a uma eternidade sem o Salvador. Isso é sério, isso é eterno.

Catarina Damasceno- Equipe de Resumos.

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